Cinco especialistas do futebol catarinense resolveram dar sua opinião antes da primeira partida da decisão do Campeonato Estadual. Juntos eles fazem uma breve análise do caminho que o Joinville trilhou para chegar até a final e tentam passar, mesmo que de maneira breve, ensinamentos para que o Tricolor do Norte de Santa Catarina não deixe escapar este título pelos dedos das mãos. Entre os cinco comentaristas, uma grande semelhança: todos apostam na força da torcida dentro da Arena para ver o Joinville campeão.

Continua depois da publicidade

Confira abaixo a opinião dos cinco especialistas:

Elton Carvalho – Editor e colunista de Esporte de “AN”

Lições para um campeão

O Campeonato Catarinense mostrou ao JEC, durante várias rodadas, que a bola parada e a bola aérea são os grandes problemas do time. Por ironia do destino, foi o adversário da final que mais castigou o Joinville nestas jogadas.

Continua depois da publicidade

O primeiro golpe foi duro: 3 a 0, com três gols em bolas paradas e aéreas. O segundo custou uma vitória dentro de casa, no quadrangular. Depois de duas lições, os comandados de Hemerson Maria parecem ter entendido o recado.

Na Capital, deram a volta por cima com uma vitória que teve como grande trunfo a anulação destas falhas. No fim do jogo, a equipe ainda sofreu um gol de cabeça, mas em nenhum momento foi ameaçada pelos disparos de Marcos Assunção.

Para ser campeão, o JEC terá de ser tão eficiente quanto foi naquele jogo. Sem o perigo constante das bolas cruzando a área, o Figueirense é um time comum. Cabe ao Tricolor, agora, provar definitivamente que aprendeu a lição.

Edenilson Leandro – Editor e colunista de “AN”

Time altamente competitivo

Até aqui, o Joinville viveu um Estadual que se encaixa na tese de que, no final, tudo se ajeita. Vejamos: na primeira fase, a classificação entre os quatro melhores que continuariam na luta pelo título dependia de uma vitória sobre o Marcílio Dias e uma combinação de resultados.

Continua depois da publicidade

Os anjos da bola disseram amém à combinação, o time se ajudou, goleou e se classificou. No quadrangular, o carro tricolor parecia enguiçar a julgar pelos três empates seguidos. De repente, a patinada acabou e o time partiu, na velocidade de um bólido, para conquistar a vaga na decisão com uma rodada de antecedência.

Alguns podem imaginar que o Joinville gosta de viver perigosamente. Outros, que escreve uma campanha certa por linhas tortas. Afinal, perdeu a chance de decidir em casa e com a vantagem de dois empates num jogo modorrento com o Metrô.

O fato é que o JEC tem um time altamente competitivo que soube dar respostas quando precisou. É tão forte quanto o Figueirense. Se de fato o time pegou gosto para viver perigosamente, conquistar o título na casa do adversário é mais um desafio que cruza o caminho.

Lucas Balduino – Editor assistente de Esporte de “AN”

Consistência dará o título

Citei o técnico da NBA Phil Jackson em uma matéria que fiz recentemente. O treinador é o autor de uma daquelas frases que vão ecoar pela eternidade do esporte:

Continua depois da publicidade

“Ataques ganham títulos. Defesas ganham campeonatos.”

Não é que eu seja adepto de um futebol retranqueiro, de uma equipe que prefira destruir a construir. O que gosto mesmo é de um futebol consistente. Admiro o time que mostra equilíbrio entre se proteger e machucar o rival. E isso foi o que o JEC fez bem durante todo o Catarinense.

O Tricolor avançou pelo quadrangular tendo tomado apenas dois gols em seis jogos. São números que mostram a consistência que é necessária para se tornar campeão.

Como a vantagem está do lado do Figueirense nesta final, só defender não será suficiente. Dois empates por 0 a 0, por exemplo, deixam o título no Scarpelli. Mas eu acredito na força deste Coelho. O JEC está motivado. A torcida está confiante. E eu acredito que 2014 será o ano do Joinville.

Jhonatan Cidral – Torcedor do Joinville e blogueiro

O novo ídolo do povo

Heróis do título sempre ficam para a história e os grandes ídolos dos dez primeiros títulos que marcaram a geração de ouro foram eternizados no coração de toda a nação tricolor!

Continua depois da publicidade

O bicampeonato conquistado no início do novo milênio também deixou alguns grandes nomes cravados na história: Doriva, Paulinho e Fabinho foram protagonistas da conquista de 2000. No ano seguinte, Perdigão e Marcão foram mágicos! Desde então, dos dois vice-campeonatos, restaram apenas boas lembranças de Rafael Tesser, em 2006, e de Ricardinho, em 2010.

Quem viveu pelo menos um desses grandes momentos certamente espera que uma nova geração de ídolos volte a reinar por aqui. Se perguntássemos por aí, Ivan seria o primeiro nome a ser lembrado. O fato é que a fase é boa e talvez esse seja o grande momento para o título desde 2001. O que nos resta é torcer muito para que desta vez surja mais um grande herói e não somente mais uma lembrança.