Com o pagamento da primeira parcela do 13° salário nesta sexta-feira, cerca de 3,4 milhões de catarinenses começam a pensar que destino darão ao dinheiro. A prioridade da utilização do recurso depende da situação de cada assalariado, aposentado ou pensionista, conforme economistas e especialistas em psicologia financeira.
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De acordo com um levantamento da Federação das Câmaras de Dirigentes Logistas (FCDL-SC), para 27,4%, o dinheiro será destinado à poupança ou a outros investimentos e, para 20% dos entrevistados, o extra chega para quitar dívidas acumuladas ao longo do ano. Para esse último público, a ordem é tentar colocar as contas em dia e deixar os gastos com as festas de fim de ano em segundo plano.
– As pessoas com relacionamento mais próximo terão de entender a necessidade de um presente mais modesto – diz Ricardo Almeida, professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), de São Paulo.
Apesar de pregar o mesmo rigor, a psicanalista e orientadora de programas de educação financeira Márcia Tolotti avalia que é possível separar até 10% do dinheiro que vai receber para compras. Essa pequena margem, avalia, serve para que o endividado, já incomodado por sua situação, não fique ainda mais frustrado.
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– Não acho saudável destinar 100% para as dívidas. Esse é um momento apelativo muito forte e as pessoas endividadas se sentem muito mal se não conseguem comprar nada. Mas isso não pode servir de álibi para deixar as contas de lado – pondera.
Necessidade x vontade
Márcia ensina que um exercício mental recomendado para os endividados é ter noção do que é necessidade e o que é apenas vontade. Para um devedor, a necessidade é quitar os títulos vencidos, abrindo mão da vontade.
Quem tem dívidas que parecem sob aparente controle também não deve se descuidar. Afinal, com a virada do calendário chega uma das épocas de gastos mais pesados, como compromissos com IPVA, IPTU e gastos com a escola dos filhos.
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Na outra ponta, quem conta com uma situação financeira folgada tem o privilégio de escolher entre usar o 13º para diversificar investimentos, ampliar reservas financeira para emergências, viajar ou tornar o Papai Noel mais gordo.
Chegar à condição de poupador ou investidor a partir do equilíbrio no orçamento não depende necessariamente do tamanho do contracheque a cada início de mês, lembra Everton Lopes, economista e educador financeiro. O importante é ter o controle dos ganhos e das despesas.
A expectativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é que o 13º movimente cerca de R$ 5,5 bilhões em Santa Catarina, valor 12% superior ao de 2012. Em todo o país, a injeção será de R$ 143 bilhões, para 82,3 milhões de pessoas. A segunda parcela do benefício será paga até o dia 20 de dezembro.
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Prazos de pagamento:
– Até 30 de novembro: 1ª parcela
– Até 20 de dezembro: 2ª parcela
Dicas:
Para quem está endividado: Se tem dívidas, use o dinheiro para quitá-las ou renegociar, principalmente se for de cartão de crédito e cheque especial, que são juros muito altos.
Para quem não tem dívidas: Este é o momento de fazer uma reserva de segurança. O ideal é a pessoa tenha em poupança o equivalente a três meses de salário, para o caso de demissão ou alguma necessidade especial estar preparado financeiramente.
Para que já tem economias: Quem está em dia com o planejamento financeiro pode se permitir comprar um presente mais caro ou fazer uma viagem.
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Para todos: Planejar o ano seguinte. Com organização é possível viver com mais tranquilidade