Especialistas coletaram na tarde deste sábado amostras do borrifo da baleia franca encalhada em Laguna, no Litoral Sul de Santa Catarina. O animal, que recebeu altas doses de medicamentos na sexta-feira à noite, sobreviveu e recebe cuidados de voluntários.
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A médica veterinária e doutoranda em Patologia Animal pela USP, Kátia Groch, que acumula cinco anos de experiência com baleias da espécie jubarte, fez a coleta de amostras do borrifo, que é o ar expelido pelos pulmões do animal, para averiguar a existência de doenças pulmonares que possam ter motivado o encalhe do animal.
O monitoramento das condições de saúde e a coleta de amostras da baleia franca encalhada na praia devem continuar neste domingo.
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Mesmo após o procedimento de eutanásia, com aplicação de sedativos e relaxantes na noite de sexta-feira, a baleia resistiu e permanece enterrada entre as praias de Itapirubá e do Sol. O fato surpreendeu os especialistas, que monitoram o animal até a sua morte natural.
Cronologia

Terça-feira, 7 de setembro. A Polícia Militar Ambiental recebe pela manhã a informação de um pescador de que uma baleia franca encalhou na praia, em Laguna. Pesquisadores começam a monitorar o animal e tentam fazer o resgate, sem sucesso.

Quarta-feira, 8. Especialistas buscam um rebocador para tentar remover o animal da areia. Cerca de cem pessoas, entre curiosos, ICM Bio, polícia e projeto Baleia Franca vão ao local para acompanhar o resgate, mas o mar agitado dificulta os trabalhos. Depois de mais de 24 horas de encalhe, o animal fica com a saúde cada vez mais debilitada e apresenta frequência respiratória lenta. O local é isolado, e os especialistas passam a cogitar a eutanásia, se as tentativas de resgate não derem certo.

Quinta-feira, 9. A baleia franca encalhada apresenta sinais de exaustão. Para evitar que o animal fique desidratado, especialistas jogam água sobre o corpo do mamífero. Eles se esforçam para resgatar o animal, mas a operação se mostra complicada pela localização da baleia. O uso de rebocadores é descartado, porque os barcos não conseguiriam chegar próximo o suficiente do local onde a baleia está. Diminuem as chances de sobrevivência do animal, que mede 15,80 metros e pesa entre 40 e 50 toneladas.
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Sexta-feira, 10. Há dias lutando para resgatar a baleia, os especialistas verificam que o animal continua em estado de choque. O mamífero não se move mais e apenas respira. Voluntários recolhem a água do mar com baldes para jogar sobre o corpo do animal e evitar o ressecamento da pele. O sacrifício da baleia é visto como a única alternativa para evitar que o animal agonize por mais tempo na praia, até morrer. Os especialistas, após esgotarem as possibilidades de resgate, decidem pela eutanásia. No começo da noite, são aplicados os medicamentos.

Sábado, 11. Mesmo recebendo uma alta dose de medicação, a baleia ainda resiste e agoniza na praia. A resistência do animal surpreende os especialistas, que monitoram o mamífero. Sem mais alternativas, a equipe segue cuidando da baleia e aguarda a morte natural do animal.
RBS TV divulgou neste sábado imagens da baleia:
Vídeo mostra tentativa de resgate: