Comprar um biquíni, ir à locadora de vídeos ou esperar na fila da padaria do supermercado. Estas são atitudes comuns no dia a dia de qualquer pessoa e, por isso, não viram notícia nos veículos de comunicação. A não ser que tenham sido praticadas pela atriz hollywoodiana Sharon Stone. Desde o dia 5, quando Sharon foi reconhecida pela primeira vez em terras catarinenses – para onde veio a convite do namorado, o modelo Martin Mica – seu cotidiano ganhou páginas de jornais e revistas, invadiu a tevê e ganhou repercussão em sites e redes sociais.
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No santa.com.br, a notícia está entre as cinco mais lidas do mês na primeira quinzena. A repercussão do assunto gerou polêmica e jogou algumas perguntas no ar: o assunto realmente interessa? É necessário uma cobertura com ênfase sobre a passagem da estrela?
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Catarina Gewehr, doutora em Psicologia Social e professora da Furb, estuda derivados da psicologia da comunicação e avalia que a passagem de Sharon Stone no litoral catarinense é considerada um espetáculo para o público.
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– A sociedade do espetáculo persiste porque as pessoas estão cansadas de suas vidas. Elas querem essa exposição para suprimir o espaço de solidão que a vida se tornou. A imprensa pauta o que queremos e pensamos. A mídia tem o papel de manter o espetáculo em ação. É como se as peças se encaixassem num jogo de lego – explica Catarina, que defende que se cada um conseguir perceber que seu próprio dia a dia é espetacular, acaba sendo mais resistente e preserva mais seu espaço.
O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pesquisador em mídia e entretenimento Thiago Soares alerta que o interesse das pessoas pela vida alheia é algo que permeia a própria existência. Ser célebre e se interessar pela vida dos outros não é algo novo. Porém, hoje esses fenômenos estão mais intensos na cobertura jornalística. Um dos motivos é o crescimento da cultura virtual.
Já o jornalista, escritor e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Felipe Pena, que pesquisa a relação da mídia com as celebridades, defende que a situação é uma via de mão dupla: a cobertura da imprensa das supostas celebridades é feita porque há público interessado nisso e o público interessado existe devido à cobertura exagerada. Por outro lado, ele aponta que a privacidade das pessoas é invadida porque elas divulgam.
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Afinal, divulgar ou não?
A cobertura da mídia em relação a celebridades também foi discutida entre integrantes do Conselho do Leitor do Santa. Para a advogada Walkyria Leite Bastos, 37 anos, a ênfase para Sharon Stone foi demasiada. O cientista social Josué de Souza, 34 anos, afirma que a relação entre celebridades e a imprensa é nebulosa. Para ele, o que serve nessas notícias é a divulgação da cidade em que Sharon Stone está.
Já o advogado Roberto Curt Dopheide, 55 anos, defende que matérias sobre celebridades são de interesse do público.
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