Após que Fátima Bernardes revelou ter descoberto um câncer no útero em estágio inicial, o assunto passou a tomar conta das redes sociais. Foi justamente através das postagens que a apresentadora do programa “Encontro” das manhãs de segunda a sexta-feira na Rede Globo, disse que está bem e que vai se afastar alguns dias do trabalho para passar por uma cirurgia.
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> Dicas de como prevenir o câncer
Sobre a doença, um dos aspectos a se reforçar é a importância de se descobrir o câncer o quanto antes, a fim de aumentar as chances de que o tratamento possa ser determinante para a pessoa se recuperar. O outro fator é especificamente sobre o câncer de colo uterino que, mesmo tendo prevenção, ainda causa a morte de 8 mil mulheres por ano no país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Causado pela infecção por alguns subtipos do vírus HPV (papilomavírus humano), transmitido sexualmente, este tipo de câncer pode ser evitado com vacinação e pela realização periódica do exame de Papanicolaou. Em entrevista ao Notícia na Manhã desta sexta-feira (4), o oncologista e radioterapeuta Ernani de São Thiago reitera a importancia de conhecimento e clareza sobre a imunização.
– Acho que é uma questão de educação. Aliás, o Brasil está afrouxando um pouco o seu comportamento em relação às vacinas de um modo geral. Mas o (câncer de) colo de útero era a neoplasia de maior incidência nas mulheres. Hoje é a quarta. A modificação que houve foi comportamento, acesso mais facilitado à rede de saúde, status nutricional, imunidade melhor e vacina – declarou o médico.
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Ouça a entrevista na íntegra:
Até o final de 2020, a estimativa é de que mais de 16,5 mil mulheres no Brasil terão o diagnóstico positivo, com 8 mil mortes no ano. No mundo, foram 570 mil novos casos e 311 mil mulheres que perderam a vida por complicações devido ao câncer de colo uterino (dados da Organização Mundial da Saúde, em 2018), atingindo predominantemente mulheres não brancas (62,7%) e com baixa escolaridade (62,1%).
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Vacina contra o HPV
– O que previne?
Diversos tipos de câncer e verrugas genitais causados pelo HPV.
– Qual o esquema de vacinção?
Menores de 15 anos: duas doses, com intervalo de seis meses
A partir dos 15 anos: três doses, com intervalos de um mês entre a primeira e a segunda; e de cinco meses entre a segunda e a terceira.
Para quem tomou uma dose antes dos 15 anos e agora está com 15 anos ou mais: fazer uma segunda dose.
– Observação
Existem duas vacinas no Brasil: a HPV2, que previne dois tipos do vírus, e a HPV4, que previne quatro tipos. Sempre que possível, tomar a HPV4.
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– É oferecida na rede pública para adolescentes?
Sim, a vacina HPV4: duas doses para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Três doses para pessoas de 9 a 26 anos com HIV/Aids, transplantados ou pessoas com câncer que estejam fazendo tratamento com quimioterapia ou radioterapia.