“A preocupação com a rentabilidade é da natureza das organizações. O problema é quando essa preocupação se sobrepõe às demais. A consequência é a redução do ser humano ao estado de engrenagem. Tal estratégia, justificada pela busca da eficácia organizacional, revela-se equivocada: acarreta sofrimentos no local de trabalho. E os sofrimentos engendram resultados indesejáveis. Tudo o que as organizações não querem.
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Esse aparente paradoxo é objeto de estudo da psicologia industrial, da sociologia, da economia e das ciências administrativas aplicadas. É de se supor que já estivesse resolvido. Mas não está. As demandas organizacionais só crescem e os seres humanos continuam (felizmente) seres complexos.
Teria chegado o tempo de parar de sofrer e ser feliz no trabalho? Por mais utópico que possa parecer, essa mudança de perspectiva tem razão e consequência econômica: pessoas felizes no trabalho podem gerar a rentabilidade. Nesse contexto, levantar a bandeira da “felicidade no trabalho” é restabelecer as dimensões humanas deixadas do lado de fora deste ambiente.
Por que queremos estar entre as melhores empresas para se trabalhar? Porque os critérios dão um norte à liderança de pessoas. Porque alguns RHs deixam de falar sozinhos. Porque é motivo de orgulho. Ganhou a sala da diretoria.
Então é por vaidade que queremos ser um bom lugar para trabalhar? Ter valores compartilhados tão vigorosos a ponto de serem reconhecidos por todos na organização e nos colocar nesse ranking (das felizes), supera a vaidade como motivação. Mas um pouco de vaidade faz parte da natureza humana.
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Vaidade que logo se converte em responsabilidade, afinal, ser feliz exige investimento. Do tipo que obtém rentabilidade e eficácia com menos sofrimento possível. Do tipo que quer a felicidade entranhada em seus produtos e serviços. Do tipo onde a dimensão humana não é esquecida.