O ano que está terminando não deixou bons rastros principalmente nas finanças de pessoas que contribuíram para o crescimento de um índice nacional nada positivo: o de inadimplentes. O SPC Brasil calcula que, até novembro, 55 milhões de pessoas deixaram de pagar contas em dia. O número é menor do que o recorde registrado até agosto – 57 milhões -, mas serve de alerta para os brasileiros tirarem o pé do acelerador quando o assunto é compras em 2015.

Continua depois da publicidade

O especialista em finanças pessoais Luiz Carlos Rodrigues Medeiros avista em 2015 um cenário econômico não muito diferente do encontrado em 2014 e pede cautela dos consumidores na hora de se comprometerem com dívidas a médio e longo prazo, principalmente as que envolvam financiamento.

– O governo deve aumentar a taxa de juros para conter a inflação. Ficará mais caro pegar dinheiro emprestado – justifica o especialista.

O excesso de confiança fez com que as pessoas gastassem mais em 2013 e no começo de 2014. Isto refletiu nos meses seguintes com os altos índices de inadimplência. Segundo Medeiros, as compras feitas em 2014 também terão impacto nos números somente no fim de janeiro e em fevereiro de 2015.

Continua depois da publicidade

– As pessoas esperavam que a economia fosse ficar estável e não imaginavam que a inflação aumentaria – diz.

Ao pagar, preferência aos juros mais altos

Para quem não conseguiu fechar o ano com a conta no azul, a dica é separar o que sobrou do 13º salário para pagar as dívidas que possuem os juros mais altos. Já os que gastaram tudo com os presentes de Natal devem ser honestos sobre a dificuldade e tentar negociar cada dívida seguindo a mesma lógica dos juros.

– Uma sugestão é negociar diretamente com o credor para pagar somente o principal e eliminar as taxas. A maioria dos bancos aceita este tipo de negociação. O credor pode estender o prazo, dividir o valor mensal em parcelas menores – orienta Luiz.

Continua depois da publicidade

Se a dúvida do consumidor é de como investir as sobras do 13º ou das bonificações de fim de ano oferecidas pelas empresas, Medeiros orienta a aplicação em renda fixa ao invés de guardar o valor em uma poupança. Ele lembra também que é preciso reservar uma parte do valor para imprevistos.

– A orientação para 2015 é fazer somente investimentos a curto prazo. Também é preciso pensar que talvez você seja um futuro desempregado, dada a incerteza da economia – alerta o especialista.