Nem o maior evento de futebol do mundo será capaz de impulsionar a economia brasileira em 2014, afirma o economista Fernando Ferrari, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A expectativa do economista é que no último ano do governo Dilma o país repita o desempenho dos últimos anos e tenha um crescimento abaixo de 3%.

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O resultado divulgado na manhã desta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em 2013 o Brasil cresceu 2,3%, acima do 1% registrado em 2012, mas bem distante dos 7,5% registrados em 2010.

– Desde 2011, o Brasil vem caminhando em ritmo de tartaruga. Em 2014 não vai ser diferente. Apesar do aumento de investimentos observados ano passado, em geral o governo não tem conseguido incentivar a participação da iniciativa privada. Não vejo nenhuma mudança que sinalize uma integração maior- diz.

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Ferrari afirma que as desonerações fiscais e as concessões de portos e aeroportos realizadas pelo Planalto em 2013 vieram de forma tardia, o que diminuiu os impactos benéficos da medida.

– A equipe econômica do governo trabalha muito mais para apagar incêndio do que para preveni-lo. Quando o fogo está aceso, o estrago já está de alguma forma feito – critica.

Outro evento marcante no ano, as eleições presidenciais em outubro, podem, inclusive, dificultar o desempenho econômico do país em 2014, segundo o especialista. O aumento de gastos públicos e inflação acima do centro da meta observados em 2013 devem servir de munição para oposição. Pressionado, o Planalto pode realizar um aperto nas contas, inibindo ainda mais o crescimento da economia.