A liberação do tráfego de veículos particulares na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, é vista com preocupação pelo coordenador do Observatório da Mobilidade Urbana da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Bernardo Meyer. Em entrevista nesta segunda-feira (14) ao Notícia na Manhã, da CBN Diário, ele afirmou que a utilização da estrutura para passagem de carros de passeio resultará, caso seja de fato adotada, em mais uma via congestionada na Capital catarinense.

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> Tráfego de carros é liberado na Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, a partir desta segunda-feira

Segundo ele, o congestionamento poderá ser observado num prazo de seis meses a um ano, na medida em que os motoristas passarem a utilizar a estrutura como altertiva aos outros acessos.

— Nós vamos congestionar mais uma vida. O que precisamos, na verdade, é mudar a lógica, e manter a Ponte Hercílio Luz como via exclusiva para os ônibus. As linhas de ônibus que passaram a usar a Hercílio Luz tiveram ganho significativo no tempo de viagem — comentou.

Bernardo Meyer defendeu que a questão central para melhorar a mobilidade urbana em Florianópolis é privilegiar o transporte coletivo. Ele citou a criação de corredores e vias exclusivas para o transporte público como alternativa para desafogar o trânsito.

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O tráfego de carros particulares de passeio será liberado nesta segunda-feira (14) na Ponte Hercílio Luz, em fase de testes. Os veículos podem passar pela ponte das 11h às 19h, de segunda a sexta-feira. Além disso, deve haver pelo menos duas pessoas dentro do carro. Não será permitida a passagem do veículo que tiver apenas o motorista. Polícia Militar e Guarda Municipal vão fazer a fiscalização.

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Ônibus, táxis e veículos oficiais e de emergência, que já estavam autorizados a passar pela Ponte Hercílio Luz, seguem liberados. Eles podem trafegar em qualquer horário, de segunda a sexta-feira. A passagem de motos continua proibida. Pedestres e ciclistas podem fazer a travessia pelas passarelas. Aos fins de semana, o tráfego segue fechado para veículos na estrutura.

Ouça a entrevista na íntegra