A capacidade dos mananciais e do abastecimento de água para a população tem sido tema de debate em diversos países do mundo. para discutir sobre os recursos hídricos no município. Com atual capacidade e investimentos, a cidade tem previsão de acesso a água tratada até pelo menos 2062.
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A engenheira sanitarista e professora da Universidade da Região de Joinville (Univille), Therezinha Maria Novais de Oliveira, entende que há riscos da cidade ter falta de água no futuro. Segundo ela, isso pode acontecer se não for criado um bom planejamento envolvendo o reuso da água e a implementação de tecnologias para reduzir o consumo na indústria e na agricultura, por exemplo.
Outro ponto importante, destaca a especialista, é o trabalho para evitar a poluição dos mananciais. Ela entende que o tratamento de esgoto e o saneamento básico têm papel fundamental nesse sentido e, por isso, deve haver investimentos nessas áreas. Therezinha ainda defende a manutenção de áreas de proteção dos mananciais.
Futuro da água é tema de debate em Joinville
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— A água não nasce no cano, ela precisa estar em um local adequado para existir, com floresta em volta e protegido. Se não trabalharmos com as tecnologias e o consumo consciente, vai faltar água no futuro — explica.
Voluntários recuperam o leito do rio do Braço
A agricultora Nilsa Schroeder Gramkow, de 66 anos, entendeu a necessidade de se cuidar dos recursos hídricos há cerca de duas décadas. Ela já se envolvia com trabalho voluntário ao lado do marido quando ambos tiveram a ideia de começar a estudar a respeito dos rios e quais as maneiras de ajudar na sua preservação.
Durante os estudos, entre uma conversa e outra com engenheiros da prefeitura, descobriram a situação do rio do Braço, na região Norte da cidade. Segundo Nilsa, há cerca de 20 anos ele estava muito seco e havia o risco de sofrer mais danos com o avanço da agricultura e dos interesses imobiliários na região.
Diante disso, os dois se uniram a um grupo de voluntários para fazer a recuperação do rio, que faz parte da Bacia do Cubatão. Entre 2000 e 2002, eles recuperaram o leito do rio, com a retirada da camada de lodo e capins nocivos, por exemplo. Em seguida, fizeram o plantio de mudas de plantas de acordo com o ambiente para recuperar a mata ciliar, além de carpir o local e fazer o controle de formigas, entre outras ações.
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— A primeira coisa que vimos ao longo do tempo foi a presença da mata, que antes não tinha. A partir de 2007, o rio nunca mais secou e o ambiente foi modificado. Hoje a gente vê água, peixes, uma diversidade de animais e aves aqui — conta.
Nilsa aprendeu com a experiência e continua até hoje colaborando para manter preservada a mata ciliar e o rio do Braço. Ela espera conseguir inspirar outros agricultores e moradores da cidade a ter a mesma iniciativa para manter a natureza e seus recursos hídricos saudáveis.
— Eu me sinto muito feliz com o que foi feito aqui porque é um exemplo de que dá certo. É algo relativamente fácil, mas que precisa de cuidados como se fosse um filho.
Joinville desperdiça 46,5% de toda a água produzida na cidade