Em 80 anos de vida, foram tantos personagens que cada pessoa tem uma lembrança diferente do rosto de Chico Anysio. As centenas de feições do humorista vão ressurgir no Reviva especial, que o canal Viva exibe nesta segunda-feira, às 23 horas, para marcar um ano da morte do comediante. Além de imagens de arquivo, o programa traz depoimentos de parentes, atores e diretores que trabalharam com o artista, como Paulo Silvino, Heloísa Périssé e Maurício Sherman, hoje responsável pelo “Zorra Total”. Continua depois da publicidade Herdeiro de Chico, Bruno Mazzeo, que também participa da atração, acredita que não há substituto para o pai. – Acho muito difícil. Por tudo o que ele fez. Foi o primeiro humorista a ter um programa sozinho em que fazia todos os personagens. Ele revolucionou o videotape, fazia cenas em que conversava com ele mesmo. Foram muitas revoluções. ê impossível fazer história como ele fez – disse à reportagem. Também ator e roteirista, Mazzeo conta que segue à risca os ensinamentos do pai. – Aprendi com ele o cuidado com o texto. Ele fazia a matemática da piada, cabia pouco improviso no que ele escrevia. Ele sempre teve respeito ao humor, tratava como se fosse poesia. Assim como ele, sempre fui profissional, aprendi a chegar na hora e com o texto decorado. Continua depois da publicidade Entre os programas antigos que serão relembrados estão Chico City, Chico Anysio Show e Escolinha do Professor Raimundo – atualmente reprisado no Viva -, humorístico em que Bruno Mazzeo começou a dar expediente com o pai, como roteirista. – Eu era meio café com leite, tinha uns 14 anos e fazia uns programas de TV caseiros. Na época, o Boni (então vice-presidente de Operações da Globo) sugeriu que eu ganhasse um cachê simbólico para cada texto aprovado – relembra ele, hoje com 35 anos. Em seguida, Mazzeo foi escalado para a equipe do Chico Total, em que assinava os roteiros e também criava novos personagens, como o quadro que fazia uma sátira de Caetano Veloso e Gilberto Gil, sucesso na atração. – Naquela época, trouxe para trabalhar comigo roteiristas que hoje escrevem outros programas, como A Grande Família e até novela. Foi o último trabalho assim com meu pai, pois fui escrever o Sai de Baixo. Continua depois da publicidade No Reviva, Mazzeo falará sobre os momentos divertidos ao lado de Chico, quando ficava atrás das câmeras apenas para se divertir. – Desde criança, eu ia às gravações, que aconteciam na Cinédia, mesmo estúdio onde eram feitas as chanchadas da Atlântida. Como tudo era às segundas e terças, eu só ia nos feriados porque tinha colégio. Mas eu acompanhava meu pai nos shows que ele fazia pelo País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
redacao@nsc.com.br