Amanda do Carmo Carvalho tinha nove anos quando o pai e Márcia de Oliveira começaram a se relacionar e lembra como ficou deslumbrada quando descobriu quem era a nova namorada dele.
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– Estava com meu pai em uma festa junina e ela estava lá, ela era a noiva, estava linda! Quando meu pai falou que estava namorando ela, eu não acreditava, fiquei encantada com a Márcia desde a primeira vez que a vi.
Amanda morava em São João Del Rei, Minas Gerais, com a mãe, mas, ao completar 12 anos, decidiu viver com o pai e a madrasta em Joinville.
– Meu irmão mais velho, Diego, já morava com eles, além disso, sempre fui bem agarrada com meu pai e aqui teria melhores oportunidades de estudo -, comenta.
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A relação com Márcia, desde o princípio, foi muito boa. A madrasta conta que quando ela e o pai de Amanda decidiram se casar, tiveram todo o cuidado para recebê-los bem.
– A gente brinca que nosso melhor papel nessa vida é ser pai e mãe. Nós íamos sempre para Minas visitá-los antes de morarem com a gente. Quando casamos, a primeira coisa que fizemos foi o quarto deles, tudo para se sentirem seguros e amados. Estávamos escrevendo um história nova da qual eles faziam parte.
Até na lua de mel Amanda e Diego acompanharam o casal. Márcia diverte-se ao relembrar esse momento. Ela conta que resolveram comemorar as bodas em Tiradentes, cidade próxima de onde os enteados moravam, mas ele ficaram tão inseguros com a viagem, achando que o pai não voltaria mais, que o casal acabou levando as crianças para a pousada também.
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Para ela, o fato de o marido ter filhos de outro relacionamento nunca foi um obstáculo. Ela mesma tem uma história parecida, perdeu o pai muito cedo e foi criada pela mãe e o padrasto, pelo qual tem muita admiração. A arquiteta diz que, para ela, o esposo e as crianças sempre foram como um “ser” só.
– Foi muito fácil para mim, não via dificuldade. Muitas pessoas me questionavam, mas meu padrasto também se casou com uma mulher que tinha dois filhos e nós somos uma família. Apesar de ter essa diferença, nós somos uma família convencional e isso eu trouxe para dentro da minha casa -, comenta, frisando que a mãe biológica de Amanda e Diego sempre respeitou o convívio da família e nunca questionou as decisões tomadas por ela.
Amanda acredita que o fato de ela e o irmão serem tão bem cuidados por Márcia deu muita segurança à mãe, que continua morando em Minas Gerais.
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– Ela fica tranquila porque confia muito neles. Quando um dos dois fica doente, ela liga para falar direto com a Má (Márcia).
Mais do que cumprir o papel de madrasta, Márcia também é uma amiga e conselheira da enteada. Amanda diz que a tem como referência e sempre se sentiu à vontade para conversar com ela sobre qualquer assunto.
– Mas os espaços são muito respeitados. Eu nunca tentei ocupar o lugar da mãe da Amanda. Mas o amor que tenho por ela é o mesmo que tenho pelo meu pequeno, é a mesma preocupação com a felicidade, com o futuro.
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Foi o nascimento de Manuel, há sete anos, aliás, que deixou ainda mais fortes os laços dessa família. Amanda estava com 14 anos na época, foi a primeira a entrar no berçário e recorda com carinho do momento em que viu o irmão recém-nascido no colo de Márcia.
– Ela me deu a coisa mais importante da minha vida, que é o meu irmãozinho. Ele é o meu amor mais puro. Faço tudo por ele.
Márcia também concorda que o filho é o elo de toda essa história e lembra-se de como a ajuda de Amanda foi importante nos primeiros meses de vida de Manuel. A irmã ajudava a dar banho, trocar fralda, ficava com ele quando o pai e a madrasta precisavam sair.
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– Foi ela quem me deu segurança nessa fase. Ele é o nosso laço, é quem liga toda nossa família -, conclui.