Se depender do governo espanhol, anúncios de cosméticos só poderão ser exibidos após as 22h no país. O objetivo é diminuir a alta incidência de doenças relacionadas ao culto da beleza, como anorexia e bulimia, nas mulheres da Espanha.
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No ano passado, políticos britânicos e franceses tentaram limitar o uso de artifícios como o Photoshop nos anúncios de moda e beleza, afirmando que a técnica criava uma “beleza irreal” que prejudicava a autoestima das adolescentes.
A medida, que ainda precisa passar pelo Senado espanhol, deve controlar também os anúncios de beleza voltados para crianças e vai proibir a exibição de campanhas que sugerirem uma ligação entre a beleza e o sucesso.
A lei, no entanto, não vai regular os suplementos alimentares, os procedimentos cirúrgicos e os pacotes de clínicas de estética.
No ano passado, as televisões espanholas exibiram mais de 7 mil anúncios de cosméticos. A indústria de higiene e beleza movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão no país em 2008.
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Avanços rumo à beleza real
Em dezembro, a proibição da veiculação do anúncio de um creme antirrugas estrelado pela modelo Twiggy causou polêmica em Londres. A propaganda suspensa trazia uma foto da modelo, de 60 anos, praticamente sem marcas de expressão, sugerindo que o creme poderia fazer milagres no tratamento das rugas e das olheiras.
A suspensão do anúncio foi determinada pela Advertising Standard Authority, que recebeu mais de 700 reclamações das consumidoras. Segundo a ASA, o anúncio é “socialmente irresponsável” porque pode aumentar a percepção negativa que as mulheres têm do envelhecimento e da própria imagem. Além disso, a propaganda é enganosa, já que promete algo que o produto não faz.
Em nota, a instituição afirmou: “Consideramos que os consumidores poderiam ter uma expectativa irreal em relação ao produto com base nestas imagens. As mulheres sabem que modelos são maquiadas e produzidas antes das fotos, mas não concordamos com imagens excessivamente tratadas em programas como o Photoshop.”