O ministro espanhol de Relações Exteriores, Alfonso Dastis, defendeu nesta terça-feira (7) os esforços de Madri em acolher os refugiados, mas afirmou que o número de imigrantes a ser realocados na União Europeia é menor que os 160.000 previstos em 2015.
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“A realidade é que atualmente não existem 160.000 refugiados que cumpram com os requisitos estabelecidos pela UE”, declarou Dastis diante de uma comissão parlamentar.
“Não há refugiados na Itália. Há imigrantes irregulares que estão nas condições em que estão e que escolheram os países de destino para onde querem voluntariamente ir”, disse.
“Na Grécia, há entre 55.000 e 60.000 refugiados, e por isso acredito que o racional é referir-se aos objetivos do programa tendo como base esses números”, argumentou, dando a entender que Madri desejaria revisar as cotas de repartição.
O objetivo da realocação de 160.000 refugiados deu brecha a diferentes interpretações, e os dados fornecidos pelas autoridades dos países seguem sendo incertos, mais especificamente porque os refugiados não se registram ou recusam-se a ir a certos destinos propostos.
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Em setembro de 2015, a Espanha comprometeu-se a receber a 16.200 refugiados já presentes em solo europeu, especialmente da Itália e Grécia, o que equivale a 10% dos 160.000 sírios, iraquianos e eritreus do programa de realocação da UE.
Porém, até o dia 16 de fevereiro, a Espanha havia acolhido apenas 811 imigrantes.
A lentidão no processo obedece, segundo o ministro, a oferta de meios e alojamentos nas regiões e municípios, que muitas vezes “não cumprem os requisitos mínimos”.
* AFP