Para fazer cultura em Joinville é necessário fazer contas. Isso porque na cidade há equipamentos, projetos e engajamento de classe suficiente para o setor funcionar da forma que uma cidade de porte médio precisa. No entanto, a verba que chega para a execução anual da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), somada à falta de interesse da comunidade em cobrar ações nesta área, é insuficiente para garantir investimentos e, por vezes, até mesmo a manutenção das unidades que estão sob o seu guarda-chuva.
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Segundo o Plano Municipal de Cultura – instituído em 2012 com força de lei para nortear a execução das políticas públicas deste setor em Joinville -, pelo menos 1,6% do orçamento municipal anual deve ser repassado à FCJ. Desta forma, em 2016, este valor deve alcançar os R$ 38 milhões.
Mas não é o que acontece: em 2015, por exemplo, cerca de R$ 15 milhões dos R$ 22 milhões previstos pelo orçamento foram repassados para serem utilizados na gestão da área cultural. A FCJ é o órgão responsável por tudo o que diz respeito à formação na área artística, à programação cultural e à conservação do patrimônio histórico do município. Ela administra 15 unidades, como a Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, o Complexo Cau Hansen, a Rádio Joinville Cultural, a Orquestra Cidade de Joinville, os museus e outras unidades de preservação histórica.
Há também estruturas que ainda não entram nesta lista e não funcionam em todo o seu potencial, como a Cidadela Cultural Antarctica e o Centro de Esportes e Cultura Unificados (CEU) do Aventureiro. Todo o orçamento da fundação existe para cuidar da manutenção e da ocupação com atividades destas unidades, e para a folha de pagamento dos 144 funcionários, entre administradores, professores, historiadores e outros cargos específicos para cada equipamento cultural e para a própria FCJ.
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Os recursos que sobram desta conta são divididos entre as contas destas unidades e projetos, o que significa uma fatia muito pequena do orçamento total.
– À primeira vista, o valor parece muito alto. A maior parte, no entanto, é usada para cobrir a folha de pagamento. O que sobra para investimentos é menos de R$ 1 milhão por ano – afirma o presidente da FCJ, Guilherme Gassenferth.
Um dos caminhos para garantir investimentos que o orçamento público não contempla é a busca de recursos via editais, prêmios e, principalmente, parcerias público-privadas. Foi por meio de editais que alguns dos museus de Joinville foram restaurados após apresentarem problemas estruturais a ponto de as visitas serem proibidas por segurança.
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O ideal, é claro, é que estes imóveis – alguns deles, inventariados como patrimônio histórico e artístico da cidade, com mais de 100 anos de construção – tivessem manutenção permanente, evitando gastos maiores para consertar avarias.
Confira aqui a reportagem especial sobre a área da cultura

Acompanhe as reportagens
Dia 30/6 – Cultura
Dia 7 de julho – Turismo e lazer
Dia 14 de julho – Segurança
Dia 21 de julho – Educação
Dia 28 de julho – Saúde
Dia 4 de agosto – Esporte
Dia 11 de agosto – Habitação
Dia 18 de agosto – Assistência Social
Dia 25 de agosto – Infraestrutura urbana
Dia 1º de setembro – Meio ambiente