Um grosso caminho de esgoto se abriu a cerca de dois metros do centenário monumento da caixa d’água, no bairro Monte Serrat, em Florianópolis. A situação gera insalubridade e um cheiro desagradável para os moradores, principalmente nos dias de chuva, quando os dejetos descem com mais vazão pelas ruas estreitas do morro.
Continua depois da publicidade
— O esgoto vaza do lado da igreja. Fica um fedor danado e dá muito trabalho pra limpar — reclama João Ferreira, o Seu Teco, de 81 anos, nativo da comunidade.
Seu Teco viu o bairro surgir. Poderia passar o dia todo contando as histórias do Monte Serrat, desde a época em que se subia o morro por uma trilha de pedras e não havia luz nem água encanada. Lembra que era um paradoxo o bairro ter um reservatório daquele tamanho e não ser atendido pelo serviço. Mas o vazamento do esgoto tem deixado o idoso triste. Ele diz que o Monte Serrat está abandonado pelo poder público.
Dentro do terreno onde fica a caixa d’água — e o esgoto — trabalha o vigilante Marcos Rodrigo Pires. Ele conta que o problema piorou nos últimos dias. Antes, segundo ele, os dejetos apareciam só na chuva. Agora fica uma poça permanente. E nos dias de calor intenso não aguenta o mau odor invadindo a guarita.
Continua depois da publicidade
— Eu vou ter que abandonar isso aqui. Capaz de eu pegar uma doença — desabafa o vigia.
Monumento histórico
O monumento da caixa d’água foi construído em 1909 no alto do Monte Serrat, numa região com vista privilegiada de Florianópolis e natureza preservada. Por causa do reservatório, a comunidade também é chamada de Morro da Caixa. A estruturam, que pertence à Casan, abastece parte da Capital catarinense. Foi totalmente revitalizado em 2017 pela própria comunidade.
Foi assunto na Hora
Ao longo do último mês, o colunista Edsoul tem cobrado na Hora de Santa Catarina uma solução para o problema. No último fim de semana, o diretor-presidente da Casan, Adriano Zanotto, informou ao colunista que o reparo já estava na agenda para ser solucionado. Nesta quinta-feira, a reportagem esteve no local e verificou que nada foi feito. A companhia voltou a ser procurada, mas até a publicação desta matéria não havia se pronunciado sobre a questão.