Com o mote “Brasil como farol para o mundo”, um dos maiores eventos do setor coloca o país como protagonista e líder da agenda climática e de sustentabilidade global na edição de 2024, que acontecerá em Florianópolis, nos dias 20 e 21 de agosto.

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A capital catarinense receberá mais de 100 líderes que fazem parte da nova agenda econômica do Brasil, buscando analisar o panorama global e questões locais, formulando propostas e apresentando possíveis soluções para melhoria da qualidade de vida e para um mundo mais justo e sustentável. 

A expectativa para o evento deste ano é grande. No ano passado, o encontro contou com nomes como o CEO Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Pereira, e o Cônsul Geral Britânico para América Latina e Caribe, Jonathan Knott, além de mais de 30 speakers nacionais. 

Para entender um pouco mais do que esperar do evento em agosto, Lucas Martins, CEO da WVN Brasil e anfitrião do ESG Summit Brazil, conta mais a seguir. Confira.

O ESG Summit Brazil chega para sua segunda edição, qual a avaliação que você faz da primeira edição e o que espera desse ano?

Em 2023 tínhamos a missão de realizar o primeiro evento multissetorial ESG em Santa Catarina. Um polo importante na economia brasileira. Superamos todo o planejamento e reunimos mais de 30 speakers nacionais, entre eles, Marcelo Gasparino – Vice-Presidente do Conselho de Administração da VALE e Conselheiro da Petrobras, Glauco José Côrte – Ex-Presidente da FIESC, Romael Soso – CEO Portobello Shop, Carlo Pereira – CEO Pacto Global da ONU no Brasil, uma das principais lideranças para a pauta hoje no país, Durval Portela – PwC Brazil Partner and Tax Leader, que esse ano estará novamente conosco, Marcella Ungaretti – Sócia e Head de Research ESG da XP, Vania Bezerra, Diretora do Hospital Sírio-Libanês, o atual prefeito de Florianópolis Topázio Neto, Marcelo Fett, Secretário de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Eduardo Sattamini – CEO Engie Brasil, que foi o vencedor de uma das nossas premiações como Liderança Protagonista de 2023, além claro, da vinda do Jonathan Knott – Cônsul Geral Britânico para América Latina e Caribe, que foi um dos grandes destaques do nosso evento. 

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O evento superou nossas expectativas, tivemos o apoio e a vinda de grandes marcas, que entenderam a importância de realizar o evento em um eixo importante da economia nacional, em um momento em que o Brasil possui inúmeras oportunidades para assumir o protagonismo global nessa nova economia. 

Esperamos nesse ano de 2024 fomentar diálogos ainda mais ricos junto aos principais atores da economia nacional, para que possamos migrar efetivamente para uma economia de baixo carbono e desenvolver o país como um polo para a nova economia verde.

O que seria essa “nova economia verde”?

A nova economia é pautada pelo desenvolvimento sustentável como eixo central. Não tem mais espaço para ser diferente. Com o crescimento populacional e da renda média mundial, temos um efeito de aumento de demanda de bens e serviços, que, por sua vez, é frequentemente atendida com base em recursos naturais, gerando aumento de consumo que, por consequência, força um número crescente de produção para além de suas capacidades. 

Nesse contexto, a economia verde se apresenta como o modelo para que possamos rever o formato que esses ciclos hoje estão apresentados, para que possamos continuar tendo desenvolvimento econômico, mas com um olhar diferente, através de matrizes de produções limpas e com menos impacto ambiental. O que requer uma alta quebra de paradigmas.

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Esse momento é muito mais complexo do que uma inovação ou avanço, é uma transformação que está sendo feita em todos os setores, nunca vimos tantas quebras de modelos e transformações em um curto espaço de tempo. Precisamos ter como página virada a narrativa obsoleta que sustentabilidade é um esforço que as empresas precisam fazer, muito pelo contrário, jogar luz às inúmeras oportunidades que esse novo momento traz, ainda mais para o Brasil.

E onde entra o Brasil nesse contexto de nova economia?

O Brasil é o país que possui o maior número de características e variáveis para ser o grande protagonista global. Roberto Campos dizia uma frase, que era a seguinte: “O Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade”. Não podemos deixar passar essa. 

Três dos grandes pilares que hoje o mundo discute, o Brasil é referência: segurança alimentar, transição energética e as mudanças climáticas. O Brasil atualmente alimenta mais de 10% da população mundial, é o que possui a melhor tecnologia no setor e é uma potência para termos índices ainda melhores. 

Nossa matriz nacional energética é mais de 90% limpa, somos referência para o mundo, sem falar do aumento significativo de projetos eólicos no nordeste, os futuros projetos de offshore em nossa costa e as inúmeras possibilidades que a ciência desenvolve todos os anos como os crescentes projetos de hidrogênio verde, que muito em breve, poderemos ver o Brasil como um grande exportador de energia renovável. 

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E sobre o terceiro ponto, hoje temos a maior biodiversidade do planeta, com extrema importância para o equilíbrio climático, a partir dela, um ecossistema de oportunidades com geração de ativos financeiros reais sendo financiados pela descarbonização. 

E o que falta para o Brasil protagonizar essas discussões?

O que falta somos nós levarmos nosso país a sério. Porque nós não levamos. Precisamos fazer o dever de casa que nunca fizemos quando surgiram as oportunidades, que é cuidar dos detalhes, cuidar da estratégia. Estratégia de estado, não de governo. Precisamos atualizar esse novo branding Brasil, em um projeto completo, de ponta a ponta. Com as caraterísticas que temos por natureza. O desafio de nós, somos nós mesmos, somos um país continental, os problemas são continentais, mas as oportunidades também. 

Junto a isso, trazer segurança jurídica, que por diversas vezes foi tão nebulosa, as regras do jogo mudam com o andar do jogo já iniciado. Ter os três poderes, cada um atuando como determina a constituição. O olhar do investidor é sempre para risco, quanto mais barulho fazemos no país, menor é a atração de investimentos para pautas genuinamente relevantes para o país. Nós fazemos muito barulho, de tudo que é tipo.

Precisamos conseguir trabalhar em um plano modular ao tempo, estamos em uma fase onde vivemos em crise simultâneas, o que hoje chamamos de “poli crises”, e ainda com eventos de baixa probabilidade acontecendo com cada vez mais intensidade em um menor espaço de tempo.

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Nos próximos anos passaremos pelas maiores transformações. A questão fica, como estamos nos preparando? Estamos preparando uma geração que saia da busca de certezas e estabilidade para uma de incertezas e constante mudança? O Estado brasileiro está preparado para ter mais de 40% da sua população acima de 65 anos como demonstram as pesquisas? Afinal, será mesmo que queremos ser um país de primeiro mundo ou estamos confortável sendo de segundo e querendo empurrar nossos problemas com a barriga?

Você acredita que o brasil consiga superar todos esses desafios?

Brasil, na balança, é muito maior do que os problemas. O Brasil não cai no buraco, porque ele é muito maior que o buraco. Aliás, ele é a solução hoje no cenário global. É aquela empresa que não se atualiza muito porque mesmo assim tem cliente todo dia na porta. 

Precisamos urgentemente dar o primeiro passo, que é pacificar o país. Enquanto ficarmos nessa polarização que estamos, não vamos ter tempo, espaço, muito menos diversidade alguma para pensar em projeto de nação. Quando falamos em políticas públicas, por consequência da história, já reviramos o nariz, me preocupa muito atualmente não ver jovens de 19 a 35 anos falando ativamente de política… Ao mesmo tempo, em um curtíssimo período recente de tempo, de 2016 a 2019, vimos importantes reformas serem aprovadas. Reformas essas, fundamentais para que hoje estejamos em lugares um pouco melhores, onde ainda as que não foram aprovadas e necessárias naquele momento, como a simplificação tributária, veio anos depois. Quem sabe ainda não seja a melhor, mas foi a possível. 

Esse ano, por sinal, completa-se 30 anos do Plano Real, é uma ótima reflexão para voltarmos a sonhar. Em um cenário catastrófico de hiperinflação, vindo de seis planos frustrados anteriores, quantos por cento acreditavam que daria certo o Real? A própria equipe econômica tinha dúvidas, mas tivemos lideranças fortes, que mostraram o caminho, mesmo com a maior parte sem entender por completo. Também não acredito que virá a solução do poder público, mas acredito em uma coalizão equilibrada e em harmonia entre os diferentes segmentos da economia para desenharmos esse Brasil que está passando em nossa frente. O cenário está positivo para que isso seja possível, com muitos desafios, mas com muitas oportunidades. Tem muita gente boa e preparada no país querendo ajudar.

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Lucas, de onde vem essa motivação em buscar um país melhor?

Quem sabe eu seja um desses que esteja vendo o óbvio. Quando olhamos para todos os problemas globais, o Brasil é o que reúne as melhores e viáveis soluções reais. É zero romance, é economia.

Não me conecto nem um pouco com essa narrativa de debandada do país. As minhas referências são os que buscam deixar um lugar melhor por onde passa, que lutaram por um país melhor. Sou um brasileiro que acredita que pode ajudar. Nossa querida liderança, Abílio Diniz, que nos deixou recentemente, em uma das últimas entrevistas que fez no programa “Caminhos”, deixou uma mensagem que foi a seguinte: “E você, que está nos ouvindo, qual é o seu papel? O que você pretende fazer para ajudar esse nosso país? Para que seja melhor para todos os brasileiros, para termos o país que sonhamos, nós temos que buscar esse país”. Acredito que cada um, quando escuta alguma coisa, se move de alguma forma, o meu é construir esse lugar melhor. Com muita responsabilidade e seriedade pelo Brasil. 

E queria fechar com a minha utopia de Brasil. O país tem que sonhar. O país que não sonha, se contenta com a mediocridade e a depressão, o Brasil perdeu a capacidade de sonhar, por motivos até compreensíveis, mas precisa recuperar. A natureza não foi acanhada com o Brasil, não aceitemos sermos acanhados nessa agenda que o Brasil tem pela frente. O Brasil que eu acredito é em uma juventude que sonha e realiza o Brasil, com o suporte e os caminhos de quem já buscaram e trilharam essa jornada.

Agora, deixe seu convite para o ESG Summit Brazil 2024.

Meu convite é que faça parte dessa nova agenda contemporânea do Brasil, seja em nosso ecossistema, em sua empresa, no seu trabalho. Se envolvam com o país, estamos em um momento altamente complexo, com diversas crises e mudanças ao mesmo tempo. Com poucas lideranças surgindo. Um momento onde tudo é híbrido e poucos se envolvem de verdade.

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Se envolva para valer em alguma coisa, tente melhorar algo. Principalmente para os jovens, que acreditem no país que vivem, que fiquem aqui, que se envolvam pelas as coisas, que levem a sério. O Brasil somos nós, vamos deixar um lugar melhor do que como encontramos, vamos fazer parte da solução.

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