Consumidores e a população em geral estão mais atentos sobre a atuação das companhias em relação à temática ESG, sigla em inglês que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Respeito à natureza, às boas relações com a comunidade, diminuição das desigualdades, auxílio ao próximo e promoção de políticas de justiça social entram na pauta – e recursos destinados a essas ações devem estar previstos no orçamento das empresas, que também possuem importante papel social.

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Pensando nisso, a Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) desenvolveu o Programa de Apoio a Projetos (PAP), metodologia que tem como objetivo incentivar, fortalecer e ampliar projetos de responsabilidade social que precisam de apoio financeiro na capital catarinense. Dessa forma, empresários podem auxiliar as boas práticas organizações sociais de forma estruturada e contribuir para o desenvolvimento social e econômico do município.

A iniciativa surgiu de uma demanda de empresários locais, que faziam doações de forma voluntária. Com a necessidade de estruturar esse auxílio, fomentar novas participações e verificar o andamento da aplicação de recursos, o PAP se tornou o braço social da ACIF, fazendo a ponte com o terceiro setor.

Os projetos são escolhidos a partir de uma seletiva, que ocorre todos os anos. Somente nesta rodada, o Edital PAP 2022/2023 prevê o investimento de R$ 70 mil. Os projetos de organizações sociais foram inscritos entre abril e julho do ano passado. Foram recebidos 42 projetos e quatro foram aprovados, com divulgação dos resultados em dezembro. As iniciativas contempladas auxiliam mais de 6.500 pessoas, nas regiões do Centro, Ingleses/Canasvieiras e Continente.

A análise e seleção dos projetos ocorreu entre os meses de julho e outubro, considerando critérios como relevância social e potencial transformador; continuidade e auto sustentabilidade do projeto; inovação, visibilidade e relevância das contrapartidas.

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O próximo passo é a realização das atividades do projeto, que iniciou no mês de janeiro e vai até o final de dezembro. A etapa de prestação de contas ocorre após a realização do projeto, com data limite em 10 de janeiro do ano que vem.

— Companhias que buscam se adequar à nova realidade e garantir apoio a projetos sociais podem procurar o PAP para obter de forma estruturada e segura, um parceiro para que possam auxiliar no desenvolvimento social da capital catarinense. Por meio da iniciativa, as empresas que destinam recursos podem acompanhar como os valores foram aplicados — reforça o presidente da ACIF, Rodrigo Rossoni.

Entre os projetos que foram aprovados para esta edição, está “Inovação e Economia Criativa para Crianças”, desenvolvido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). O objetivo do projeto é desenvolver oficinas lúdicas e visitas técnicas para cerca de 5 mil crianças, tratando de assuntos como empreendedorismo, inovação, logística, economia criativa e sustentabilidade, entre outros temas. Outra iniciativa vencedora é a “Minha cidade, meu aplicativo”, do Comitê para Democratização da Informática de Santa Catarina (CPDI), também voltada a crianças e adolescentes, mas com foco em empreendedorismo, voltado ao desenvolvimento de soluções digitais para problemas da comunidade.

Rafael Novaes, coordenador do PAP, conta que todos os anos, a ACIF abre um edital voltado a movimentos sociais e empresas que queiram participar do programa do PAP.

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— As organizações sociais inscrevem os seus programas, os seus projetos vão ser submetidos a um comitê que vai ser definido e que vai avaliar dentro de vários critérios se os programas estão aptos para serem contemplados. Então, disponibilizados os meios para que as empresas que possuem interesse em contribuir possam fazer as suas doações com a destinação das verbas para esses programas, para que sejam efetivamente utilizadas.

O coordenador conta que a iniciativa surgiu como uma oportunidade aos empresários que querem ter um olhar mais voltado para governança e questões sociais.

— A ideia do programa é justamente dar esse suporte de uma maneira organizada, por meio de projetos, programas sociais hoje já vigentes no mercado, cujo objetivo é facilitar a forma de controle, monitoramento e até mesmo o acompanhamento dos programas por meio dos recursos destinados. A ideia desse movimento é justamente trazer mais clareza e transparência dentro do processo das empresas que hoje buscam este olhar, da vertente do ESG, que cada vez mais cresce hoje nos movimentos empresariais e que realmente trazem a importância desse papel, desse braço social que a gente precisa ter hoje na nossa sociedade — completa.

Uma década de PAP

O Programa de Apoio a Projetos (PAP) foi criado há dez anos pela entidade e, desde então, já destinou cerca de R$ 700 mil para projetos sociais na capital catarinense. De acordo com a ACIF, o impacto direto e indireto atinge cerca de 40 mil pessoas. O programa aceita somente projetos de organizações de pessoas jurídicas sem fins lucrativos, com sede ou filial em Florianópolis.

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O programa conta com sete verticais para direcionamento mais claro: Empreendedorismo, Trabalho e Geração de Emprego e Renda; Inovação; Promoção da Cultura e/ou Artes; Turismo; Educação; Inserção de Pessoas com Deficiência para o Mercado de Trabalho e Meio Ambiente.

— As inscrições dos projetos são abertas no segundo semestre. As organizações devem se atentar aos critérios exigidos pelo edital, para encaminhar suas propostas para serem analisadas. Os projetos aprovados, possuem os recursos financeiros para execução das ações destinadas no ano subsequente da aprovação. Durante a execução, as organizações prestam relatórios trimestrais de acompanhamento e ao final é realizada a prestação de contas para encerramento das ações do projetos. — informa Novaes.

Após a avaliação dos resultados, o objetivo, segundo o coordenador, é entender quais são os impactos e as devolutivas que esses movimentos trazem para comunidade, para o empresário e também para a visibilidade social como um todo.

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