Já aconteceu com você, alguma situação em que escutou, mas não entendeu nada ou pouca coisa do que ouviu? Esta falha na comunicação pode ocorrer por algumas razões, ou a pessoa que falou emitiu a mensagem de forma incompreensível, ou você não conseguiu codificá-la corretamente.

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Se constantemente for preciso pedir para as pessoas repetirem o que dizem, isso é sinal de que vale a pena investigar. Uma situação como esta pode acontecer uma vez ou outra com todos nós, porém se ouvir e não entender for uma queixa frequente, algo pode não estar indo bem.

Parecer distraída, desinteressada ou mesmo ser chamada de “desligada”, são atributos comuns destinados às pessoas com Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC). Ter a audição normal não é sinônimo de bom processamento, pois o DPAC acomete justamente pessoas com a audição dentro dos níveis aceitáveis.

O Processamento Auditivo Central é a capacidade de processar, ou seja, analisar e interpretar o que ouvimos. Envolve habilidades para localização do som, discriminação auditiva, diferenciar um som forte de um som fraco, capacidade de ouvir no ruído, dentre outros.

A dificuldade em um ou mais níveis das habilidades auditivas pode ser indicativo de DPAC, mas isto não significa que a pessoa tenha uma perda auditiva, mas sim que ela não processa bem o que escuta. É um distúrbio que fica mais evidente na fase escolar da criança. Outros sinais da DPAC, dificuldade na leitura e na escrita; apresentar baixo desempenho escolar; possuir problemas em realizar tarefas complexas; ter dificuldade para contar um fato; problemas de memória; diferenciar rimas, entender duplo sentido ou piadas; parecem ouvir muito bem em algumas situações e em outras não.

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As causas deste distúrbio são variadas e podem ter relação com episódios de otites (infecções no ouvido) nos primeiros anos de vida, hereditariedade, infecções pós-natais e falta de estimulação auditiva.

O diagnóstico é feito pelo médico otorrinolaringologista e pelo fonoaudiólogo, a quem compete a tarefa de realizar o exame auditivo e testes específicos para testar as habilidades. O DPAC tem tratamento: o fonoaudiólogo é o profissional capacitado para reabilitação deste distúrbio. A terapia trabalha as habilidades alteradas por meio de treino e exercícios específicos para cada caso.