Centenas de escritores, jornalistas e artistas do mundo, entre eles Paul Auster e Salman Rushdie, enviaram uma carta ao presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, para exigir o fim da “censura na bala” contra a imprensa e o esclarecimento do assassinato do fotógrafo Rubén Espinosa.
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“Já não há jornalistas locais, somos todos colegas. Quando se ameaça um jornalista no México estão ameaçando todos nós”, disse nesta segunda-feira o americano Francisco Goldman, durante entrevista coletiva na Cidade do México.
Um grupo de jornalistas entregou a carta formalmente no gabinete de Peña Nieto e, por lei, a presidência tem entre 20 e 30 dias para responder.
No México, um dos países mais perigosos do mundo para o exercício do jornalismo, mais de 80 jornalistas foram assassinados e 17 desapareceram desde 2000, segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Espinosa foi morto em um apartamento da Cidade do México junto com quatro mulheres, entre elas a ativista colombiana Nadia Vera.
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A justiça do México iniciou um processo contra o ex-detento Daniel Pacheco Gutiérrez, acusado de homicídio e assalto no caso.
Pacheco Gutiérrez, 41, que já cumpriu dez anos de prisão por estupro e lesão corporal, foi detido no dia 5 de agosto como o autor do brutal crime cometido no dia 31 de julho passado, em um apartamento de um bairro de classe média.
As cinco vítimas apresentavam sinais de tortura e foram mortas com disparos na cabeça.
Espinosa, 31, havia chegado à Cidade do México em junho passado, após denunciar ameaças ligadas a seu trabalho por parte do governo do estado de Veracruz (leste), onde residia.
* AFP