A sensação de folhear os livros impressos divide cada vez mais espaço na rotina dos leitores com a comodidade do toque dos dedos nos e-books. Uma pesquisa divulgada pelo Ibope apontou que o comércio eletrônico de livros nacionais no Brasil fechou o último semestre de 2012 (junho a novembro) com um volume de vendas de mais de 1,4 milhão de exemplares. Os dados são do relatório de fluxo de consumo do Etail Report e se referem à venda online em nove regiões metropolitanos brasileiras, mais interior do Sul e Sudeste, considerando-se os 35 maiores sites do comércio eletrônico do país. Porém, mesmo com a confirmação do aumento de vendas, o mercado ainda se adapta à leitura digital.

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O Grupo Todolivro, de Blumenau, produz e-books para o público infantil há um ano e meio. São cerca de 250 livros digitais e 2 mil impressos. As vendas são feitas em todo o Brasil. O gerente comercial, Stephan Konig, aponta que as vendas de e-books ainda não são representativas:

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– O livro físico ainda deve ser o nosso carro-chefe nos próximos 10 anos. O número de pessoas que têm acesso aos e-books hoje é reduzido. Mesmo assim, estamos acompanhando essa questão virtual e tecnológica. Acredito que o e-book não vai tirar o espaço do livro impresso. Um soma ao outro ao invés de dividir ou diminuir.

Daqui a cerca de duas semanas, a Todolivro deve lançar um e-book com aplicativos multimídia. Rick Não Quer Dormir, de Roberto Belli, permitirá sons, interatividade com as imagens, brincadeiras com os objetos e tela durante a leitura.

O escritor Maicon Tenfen, coordenador da EdiFurb, em Blumenau, vê o livro digital com grande otimismo, mas acredita que vai demorar um pouco para “pegar”:

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– É um processo cultural. Alguns gêneros textuais como dicionários e enciclopédias foram feitos para o meio virtual. Já outros, como os romances, estão mais para o papel. Não sei se alguém leria todo o Dom Quixote na telinha luminosa.

Foi um longo período de preparação e especulação até que as empresas de tecnologia Amazon, Kobo e Google entrassem no mercado de livros do país. Mais desconhecida dos brasileiros, a Kobo fez uma parceria com a Livraria Cultura e foi a primeira. Momentos depois da festa de lançamento, em 5 de dezembro, a loja do Google entrava no ar. E minutos depois disso, a Amazon completava o novo cenário digital. Esse lançamento tardio não atrapalhou o que se esperava ser o primeiro Natal digital do Brasil.

– A venda dos e-books distribuídos pela DLD cresceu exatamente 10 vezes de dezembro de 2011 a dezembro de 2012. O crescimento de novembro para dezembro foi de 110%, fruto da entrada em operação da Amazon e do Google ao longo de dezembro – analisa Roberto Feith, diretor da Objetiva e presidente do conselho da DLD, distribuidora de livros digitais que reúne editoras como a própria Objetiva, Record, Novo Conceito, entre outras.

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