Depois de passar mais de 20 anos com o livro “O Filho Adotivo” datilografado na gaveta, Maria Antônia Primaz de Paula, 97 anos, finalmente verá sua obra publicada. A escritora gaúcha, que vive em Joinville há 22 anos, tem como base uma tragédia familiar ocorrida na década de 1930 para desenvolver o romance que será lançado pela editora Dialogar neste sábado, no teatro do Sesc.
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A história está registrada na memória de dona Maria desde quando ela tinha 45 anos. Sem experiência com literatura, aos poucos ela foi passando para o papel os relatos de amor que acabou em crime em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Trata-se de um filho adotivo que se apaixona pela irmã e é morto pela própria mãe.
A transcrição dos fatos ouvidos pela gaúcha durante uma viagem, quando ela ainda tocava gaita em grupo formado pelo marido, parentes e amigos, só ficou pronta quando ela tinha 75 anos. Ela foi passando para um caderno sua versão dos fatos, acrescentando uma pitada de criatividade.
– Imaginava como seriam as conversas entre eles – relata.
A obra foi descoberta pela editora joinvilense quando a cópia única foi entregue por intermédio de um dos netos da escritora.
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– Levei para casa e não parei de ler até terminar. A cada página, eu queria saber mais sobre o que tinha acontecido – conta a editora Célia Biscaia Veiga.
Dona Maria nunca teve envolvimento com as letras. Nasceu em Bom Princípio (RS), em uma família de agricultores, que se comunicava somente em alemão. O português entrou para a rotina da escritora quando tinha 14 anos.
Apesar da idade, ela já começou a trabalhar na segunda obra. A nova história é baseada em um livro alemão que dona Maria leu quando jovem.
O QUÊ: lançamento do livro “O Filho Adotivo”, de Maria Antônia Primaz de Paula.
QUANDO: sábado, às 17 horas.
ONDE: teatro do Sesc Joinville, rua Itaiópolis, 470, América.
QUANTO: gratuito.