Acho que é possível dizer que a leitura nunca me transformou, mas me formou, como pessoa, como estudante e como escritora. Digo que ela me formou, pois a leitura e a literatura estão comigo desde que me reconheci como pessoa, ambas são parte inerente da minha vida.

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Nos primeiros anos, a literatura me transformou numa leitora ávida, sedenta por aventuras novas e mundos desconhecidos que eu tinha a explorar, numa criança que sabia que existia muito mais do que as páginas gastas das revistas em quadrinhos. Nos últimos anos da infância, me transformou em alguém que queria ser compreendida e buscava identificação nas letras impressas no papel amarelado, que buscava nas pessoas fictícias alguém para se espelhar (boa notícia: eu encontrei!). Mais do que isso, me transformou em alguém tão entusiasmada por novidades, que teve que escrever as próprias histórias.

Quando adolescente, me transformou em alguém que buscava histórias fora da minha realidade, que nada condiziam com a minha rotina, só para que eu sonhasse um pouco mais ou tivesse um refúgio para todos os problemas da adolescência que eu jurava que durariam para sempre (outra boa notícia: não duraram).

Agora, nos primeiros anos da minha vida adulta – ainda que eu tenha apenas dezoito anos – a leitura me transformou num ser humano completamente formado, dotado de seus próprios valores e princípios, mas que ainda busca livros que contemplem minhas ideias e que me faça abrir os olhos para as coisas às quais ainda não vejo.

No fim das contas, a leitura me transformou numa pessoa insatisfeita, porque todos os livros que já li e todos que ainda estão por vir, ainda não são e não serão o suficiente para saciar a minha eterna busca por ideias e aventuras. Ainda bem.

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