A reconhecida escritora turca Asli Erdogan, presa desde agosto e cuja libertação tinha sido anunciada mais cedo nesta quarta-feira pelos meios de comunicação, permanecerá detida por outra acusação, informou seu advogado.
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“Continuará em estado de prisão pela acusação de pertencimento a uma organização terrorista”, declarou à AFP o advogado Erdal Dogan, diante do centro penitenciário onde sua cliente está detida, em Istambul.
A tradutora e autora Necmiye Alpay, de 70 anos, também presa em agosto, permanecerá igualmente na prisão, pela mesma acusação, apesar da sua libertação ter sido anunciada pela imprensa, indicou a mesma fonte.
O termo “organização terrorista” aponta para o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em guerra com o Estado turco desde 1984.
A ordem de libertação condicional anunciada pelos meios se referia a outra acusação, a de “ofensa ao Estado e à integridade do Estado”, explicou o advogado.
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A próxima audiência será realizada em 29 de dezembro.
Acusadas de terem colaborado com um jornal pró-curdo, Asli Erdogan e Necmiye Alpay foram detidas durante as purgas massivas realizadas pelas autoridades turcas após o fracassado golpe de Estado de 15 de julho.
Segundo o advogado, Asli Erdogan não foi informada da confusão midiática sobre a sua libertação.
Asli Erdogan, que apesar do sobrenome não tem nenhum parentesco com o presidente Recep Tayyip Erdogan, é formada em física. A escritora ganhou uma série de prêmios pelos seus romances, que foram traduzidos para vários idiomas.
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