Wilson Bueno, poeta, crítico e escritor, um dos nomes fundamentais da literatura paranaense, foi encontrado morto no início da noite de segunda-feira, em sua casa em Curitiba. De acordo a polícia, Bueno foi morto com uma facada no pescoço durante tentativa de assalto à sua residência, no bairro Santa Cândida, ainda na noite de domingo.

Continua depois da publicidade

O escritório do autor havia sido revidado, e seu corpo foi encontrado por um amigo, alertado pela diarista que atendia a casa.

Bueno transitou, ao longo de uma carreira de quase três décadas, entre a poesia e a prosa. Seu primeiro livro, Bolero?s Bar (1986), tinha apresentação do grande nome da poesia paranaense, Paulo Leminski. A obra foi lançada originalmente pela Criar Edições e depois republicado pela editora paranaense Travessa dos Editores.

Na prosa, Bueno não se furtava a experiências radicais na forma. Seu livro Mar Paraguayo (1992), por exemplo, é narrado em uma síntese arrevezada de português, guarani e espanhol, contando a história de uma mulher pobre apaixonada por um jovem surfista.

Em 2001, seu romance Meu Tio Roseno, a Cavalo (editora 34), narrativa sobre a questão fundiária, foi finalista do Jabuti. Outro romance, Amar-te a ti nem Sei se com Carícias (Editora Planeta), foi um dos 10 finalistas do prêmio Zaffari e Bourbon da Jornada de Passo Fundo de 2005, concorrendo com José Saramago, Eduardo Agualusa e Chico Buarque. Seu livro mais recente é A Copista de Kafka (2007), também pela Planeta.

Continua depois da publicidade

Na imprensa, Bueno foi o criador do jornal cultural Nicolau, era colaborador do Estado de São Paulo e colunista de O Estado do Paraná. Durante dois anos, manteve o blog literário Diário Vagau, cujos arquivos ainda se encontram online.