O escritor nicaraguense Sergio Ramírez recebeu, nesta quinta-feira (16), o prêmio de literatura Miguel de Cervantes, o mais prestigioso das letras hispânicas, por transformar a vida cotidiana “em uma obra de arte”, anunciou o ministro espanhol da Cultura, Íñigo Méndez de Vigo.
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Ramírez, o primeiro centro-americano a receber o Cervantes, reflete “a vivacidade da vida cotidiana, transformando a realidade em uma obra de arte, tudo isso com uma excelência literária excepcional”, indicou Méndez de Vigo ao anunciar o prêmio.
Ramírez, de 75 anos, une “a narração e a poesia e o rigor do observador e do autor” através de múltiplos gêneros, do romance à coluna jornalística, indicou Méndez de Vigo.
Autor de romances como “Margarita está linda la mar”, “Adiós muchachos” e “La fugitiva”, e traduzido para 20 idiomas, Ramírez mostrou também comprometimento com a política ao longo da vida.
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Foi vice-presidente de Daniel Ortega durante a Revolução Sandinista, entre 1985 e 1990, embora depois tenha se distanciado dele e hoje seja uma das vozes mais críticas ao presidente nicaraguense.
Considerado o Nobel das letras hispânicas, o prêmio, de 125.000 euros, volta assim à América Latina, após ter sido entregue ao espanhol Eduardo Mendoza em 2016.
O membro do júri e diretor da Real Academia Espanhola, Darío Villanueva, comemorou que o prêmio tenha sido entregue pela primeira vez a um autor da Nicarágua justo quando “acabamos de celebrar o centenário (da morte) de Rubén Darío e os 150 anos do nascimento” do poeta nicaraguense.
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O Cervantes, instituído em 1976, já premiou autores como Jorge Luis Borges, Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa, Camilo José Cela, Nicanor Parra e Elena Poniatowska, entre outros.
* AFP