O escritor Marcos Laffin foi empossado para ocupar a cadeira 9 da Academia Catarinense de Letras. A cerimônia ocorreu na noite desta quinta-feira (10) em Florianópolis.
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Laffin é contador, professor na Universidade Federal de Santa Catarina e poeta. Durante a posse, destacou a importância da literatura como interlocutora da racionalidade. O profissional sucede o professor, escritor e ex-reitor e um dos fundadores da Universidade do Estado de Santa Catarina, João Nicolau Carvalho, que faleceu em março de 2021.
No discurso de posse, Laffin destacou que estão nos objetivos como ocupante da cadeira 9, a sensibilidade em defesa e construção da cultura e a interlocução da arte com o mundo real.
– Espero, nesta ACL, com a companhia de cada um de seus acadêmicos e acadêmicas, sejamos espelhos refletindo a cultura da terra nossa de cada dia.
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Em outro momento falou sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, fazendo o público presente questionar sobre a importância da vida e quais ações eram possíveis além da resistência. Laffin citou ainda a importância da palavra e do diálogo no meio do caos que se alastrou pela Europa.
– Sabemos que a palavra constrói o diálogo, mas o diálogo dessa guerra está submisso a dependência econômica. Não há democracia e nem civilização quando o outro é arrancado de sua terra e por ela é assassinado. O diálogo que o mundo econômico compreende é a diálogo mediado pela moeda como mercadoria. Nenhuma moeda, nenhum rubro terá descanso e valor. O mundo, as nações e os organismos internacionais estão em esclerose da sensibilidade. E nós, ao silenciarmos no absurdo da guerra também morremos – diz.
Ao final do discurso, o profissional mencionou a importância de ser eleito para ocupar a cadeira e o significado da posição.
– Ter sido eleito para ocupar a cadeira 9 da ACL tem muitos significados. Um deles diz respeito às responsabilidades que devem ser assumidas com as disposições Estatutárias e Regimentais da academia. Destaco que a ACL completou em 2020, 100 anos de fundação. Portanto, as responsabilidades vão para além das normas, mas que juntas devem nos permitir manter e elevar a memória e a produção de seus fundadores e dos sucessores. São compromissos assumidos junto à história das pessoas, com os fatos, com a língua vernácula, com a literatura, com a arte e com a cultura, processos iniciados e desenvolvidos nesses 101 anos – conclui.
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