Há cerca de cinco anos, Valério Mattos participa da Feira do Livro de Joinville quase diariamente. É o momento do ano em que ele, por dez dias, “vira” vendedor. A função não parece ter relação com a de escritor e ilustrador, mas é o que garante que Valério viva da arte nos outros 355 dias. Artista plástico por formação e professor aposentado depois que um problema de saúde que começou a limitar os movimentos das pernas, ele publicou cinco livros infantis nos últimos sete anos, além de edições em inglês e espanhol do título de maior sucesso, e já possui uma tiragem de 42 mil exemplares.
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— Trabalhei na biblioteca pública durante um tempo e ficava olhando as ilustrações dos livros, pensando que poderia fazer aquele tipo de trabalho também. Mas não sabia que podia ser escritor em Joinville até que o Jura Arruda lançou o "Fritz", e o Marinaldo Silva e Silva me convidou para ilustrar um livro dele — conta Valério.
O primeiro livro, publicado com recursos do Simdec, nasceu a partir de uma história que ele contava em sala de aula para os alunos: em" O Mundo Mágico das Cores", ele ensina sobre o círculo cromático de forma lúdica. A experiência como professor de artes foi aproveitada nos quatro livros que vieram depois e nas contações de histórias nas escolas (junto com o fantoche Chimbica, protagonista de dois de seus livros) que garantem as vendas durante o ano.
— Este ano, estou indo em pelo menos uma escola por semana para conversar com as crianças e fazer apresentações, mas já cheguei a ter temporadas de três visitas por semana. Devo muito isso à Feira do Livro, porque foi a partir da minha primeira participação no evento que comecei a fazer contato com as escolas — afirma ele.
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Diante desta demanda, as edições que eram feitas sempre com recursos de editais começaram a ser feitas de forma independente. Ele calcula que já investiu pelo menos R$ 10 mil na publicação de mais exemplares de "O Mundo Mágico das Cores".
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— Os editais garantem as publicações e, com isso, as apresentações nas escolas. É um ciclo. No ano passado, fui contemplado em um programa do [extinto] Ministério da Cultura e 14 escolas receberam doações de livros e apresentações de contação de histórias — analisa.