Um mundo de deuses, monstros e heróis. Os gregos antigos tentavam explicar a vida por meio de lendas que sobrevivem até hoje. Basta entrar em contato com esse universo para aguçar a curiosidade e querer saber mais sobre as histórias que envolvem titãs e centauros.

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Admirador da mitologia grega, o escritor e ilustrador jaraguaense Roberto Lanznaster fez uma versão contemporânea. Ele lança a trilogia As Crônicas do Olimpo no próximo dia 8 de novembro, às 10h30, na Livraria Grafipel, no Centro de Jaraguá do Sul. A entrada é gratuita.

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Os livros contam as histórias dos principais deuses do panteão grego, divindades conhecidas como Olímpicas. Segundo o autor, as lendas foram escritas em uma nova narrativa, com acréscimos que não existiam nas versões originais.

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Depois de pesquisas e uma pitada extra de criatividade, nasceram os livros, que chegam às principais livrarias do País. O primeiro deles é intitulado As crônicas do Olimpo: Atena, que narra a história da deusa Atena, filha preferida de Zeus. O segundo conta a história de Zeus e o terceiro aborda a vida da deusa Deméter.

O resultado do trabalho de Lanznaster, que também é autor dos livros A Flauta Mágica, Imaginarium Dicionário de monstros e Pocotinhas, pode ser visto a partir do fim deste mês em diversos lançamentos oficiais.

O primeiro encontro com os leitores ocorre no dia 29 deste mês, em Florianópolis. Depois, na quinta-feira, o lançamento será feito em Chapecó. No dia 8 de novembro, ele ainda apresenta a obra ao público de Jaraguá do Sul. No mês de novembro, o escritor segue para Joinville, dia 25, e para Lages, no dia 30. Em dezembro, no dia 1º, ele passa por Criciúma. Com exceção do evento em Jaraguá do Sul, os demais são organizados a convite da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).

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O quê: lançamento da trilogia As crônicas do Olimpo: Atena, do escritor e ilustrador Roberto Lanznaster

Quando: 8 de novembro

Horário: às 10h30

Onde: Livraria Grafipel, em Jaraguá do Sul

Quanto: entrada gratuita

Preço do livro: R$ 34,90

Mais informações sobre o autor: www.behance.net/lanznaster

Confira a entrevista com o escritor Roberto Lanznaster:

AN Jaraguá – Quem é Roberto Lanznaster? Como você se definiria?Roberto Lanznaster – Ilustrador, designer gráfico e escritor. Formado em comunicação social – publicidade e propaganda.

ANJ – Fale um pouco sobre a trilogia As crônicas do Olimpo.

RL – Na trilogia As Crônicas do Olimpo são narradas as histórias dos principais deuses do panteão grego, divindades conhecidas como Olímpicas. As lendas foram rearranjadas e compiladas numa nova narrativa, com acréscimos que não existiam no mito original.

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Foram pesquisadas as várias versões da lenda de origem de cada deus, assim como suas variações. Seus atributos, personalidade mais marcante e mito-símbolo. O design das ilustrações incorporam elementos da arte grega e minoica, porém reinterpretados em um estilo contemporâneo. Cerâmicas, pinturas, esculturas e indumentária destes povos serviram de modelo para os desenhos.

A paleta de cores limitada também teve como base a usada nestas peças, dando ao leitor uma identificação, mesmo que inconsciente com a arte antiga.

Atena: Nesse volume é narrada a história da sábia deusa Atena, filha preferida de Zeus. Forjada no calor da batalha, Atena tem apenas três dias para encontrar um herói que consiga lhe trazer a cabeça da terrível górgona Medusa, e assim salvar sua cidade ameaçada pelo monstro marinho de Poseidon. Será que Atena conseguirá realizar tal feito?

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Zeus: Na escuridão do Érebo, três anciãs tecem a tapeçaria do destino, em cuja trama está contida a vida de deuses e mortais. Elas narram uma antiga profecia: de que o reinado cruel do Titã Cronos será usurpado por um de seus próprios filhos. Essa criança é Zeus, que vive escondido na misteriosa ilha de Creta. Mas a infância do menino está chegando ao fim, e ele deve desafiar o Titã e cumprir o oráculo. Conseguirá Zeus derrubar Cronos e libertar o mundo?

Deméter: A história da deusa Deméter, senhora dos trigais. Quando sua filha Core é raptada pelo sombrio Hades, rei do mundo dos mortos, Deméter abandona os campos, condenando a humanidade a um inverno eterno. Conseguirá a deusa encontrar sua filha e restaurar o equilíbrio das estações?

ANJ – Como surgiu a ideia de escrever a série? Qual sua inspiração para a história?

RL – Sempre gostei muito de mitologia, história e literatura fantástica. A ideia veio desse gosto pelo tema, da vontade de fazer a minha própria versão destes mitos, centrados na história dos deuses.

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Mito, em sua essência, significa uma forma de explorar a realidade fundamental. Não são fixos, mas flexíveis, adaptam-se a mudanças e novos conhecimentos (eles mudam com o tempo, e com isso, ganham novas versões, de acordo com os anseios de cada época). São a fusão de impulsos criativos, psicológicos, espirituais e sociais da humanidade.

Como os poemas, operam por meio da metáfora e atuam diretamente no nosso inconsciente. Mesmo quem nunca leu ou se interessou sobre mitologia, mas, por exemplo, vai ao cinema ver algum filme da marvel, um desenho da Disney, ou mesmo um drama mais centrado na realidade, está entrando em contato com o a estrutura narrativa básica do mito. Aquilo que Joseph Campbell chamou de “monomito”.

ANJ – Por quanto tempo você trabalhou nos livros até finalizá-lo? Fale um pouco sobre seu processo de produção.

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RL – O processo de pesquisa, estruturação, ilustração e texto levou mais ou menos 5 meses para os três livros. Na verdade, sempre que inicio um novo projeto, a vontade vem da necessidade de desenhar. No caso das crônicas do olimpo, queria experimentar a influência da arte grega e minoica (da ilha de Creta), aplicando as cores e traços ao design dos personagens.

Fiz uma vasta pesquisa sobre arquitetura, vasos, estátuas e esculturas, indumentária da época, principalmente da arte grega mais primitiva. Queria criar uma narrativa que fosse fortemente baseada na imagem, onde a imagem tivesse um papel narrativo, ditasse o tom e o ritmo da história e do livro, quase como os cortes da montagem de um filme. Pude aplicar vários conceitos de design para dar um ritmo narrativo a partir das ilustrações e do projeto gráfico.

As cores escolhidas também são as usadas na arte destes povos, é uma paleta de cores propositadamente bem limitada. Usei a cor também para transmitir emoção, por exemplo, em passagens mais dramáticas os tons ficam mais fortes, etc…

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Procurei também fazer com que os três livros tivessem a mesma estrutura. Todos iniciam e terminam com as Moiras, deusas do destino mais antigas que os deuses, narrando as histórias. Alguns enquadramentos dos desenhos se repetem nos três livros. Queria com isso dar unidade às três histórias.

ANJ – Há muito do Roberto nos personagens do livro? Ou você prefere retratar os outros?

RL – Creio que há mais no sentido do tema escolhido, pois são assuntos que sempre tive afinidade.

ANJ – Como você e a literatura se conheceram? Como, onde e por que tudo começou? Ser escritor sempre foi um sonho ou tudo aconteceu inesperadamente?

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RL – Sempre gostei muito de livros, desde criança. Fazia cadernos com histórias e desenhos, histórias em quadrinhos, então acho que foi um caminho natural. Meu primeiro livro A Flauta Mágica foi lançado em 2005, na bienal do livro do Rio de Janeiro, e sim, foi um sonho realizado.

ANJ – Foi difícil chegar até uma editora e publicar seu primeiro livro? Quais os desafios e dificuldades que encontrou?

RL – Sim, principalmente no primeiro. Você recebe muitas negativas antes de publicar, o importante é não desistir e enviar os originais para o maior número de editoras. Hoje vejo que existe mais facilidade, até porque a maioria das editoras possuem um canal direto, via internet, para envio dos originais.

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ANJ – Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores? Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?

RL – Creio que está mais aberto para novos autores. Além disso, existem as plataformas de autopublicação. Alguns autores inclusive publicaram desta forma, e depois foram procurados por editoras para publicarem livros físicos. Minha ideia inicial era lançar as Crônicas do Olimpo como e-books.

ANJ – Quais são os seus temas preferidos para escrever? Existe uma tendência natural para determinados assuntos ou eles “pintam” de acordo com o momento e o ambiente?

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RL – Sempre relacionados a literatura fantástica, mitologia ou de terror. Mesmo alguns contos que escrevi, com temas mais cotidianos acabam indo para esse lado.

ANJ – Já está pensando em algum tema para explorar no próximo trabalho? Tem vontade de escrever novos livros, outros gêneros? Conte-nos um pouco sobre seus projetos.

RL – Minha ideia quando comecei as crônicas olímpicas era a de fazer doze livros, uma para cada um dos doze deuses principais da mitologia grega. Já comecei o esboço dos próximos três volumes.

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ANJ – Como você enxerga o surgimento de novos autores na cidade? Há público? O leitor está buscando mais informações/lazer em livros?

RL – Sim. Acho que só enriquece culturalmente nossa região. Legal ver tanta gente produzindo e conseguindo publicar seus livros, com temas tão diferentes.