O escorpião-amarelo é considerado o mais perigoso da América Latina e já foi encontrado em 18 bairros de Joinville. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (30) em reportagem do AN, mas agora o município detalhou os números por bairros. O Fátima, na zona Sul da cidade, lidera essa lista com 174 escorpiões encontrados pela população.
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Em seguida, aparecem a Zona Industrial Norte, com 122 casos, e o bairro Nova Brasília, com 76 (veja a tabela completa abaixo). Já na análise por regiões da cidade, a zona Sul aparece com 188 registros de escorpiões encontrados até hoje, seguida pela zona Norte, com 125.
Anteriormente, a Vigilância Ambiental de Joinville havia optado por não divulgar os dados onde já foram reportados casos. Isso porque era comum que, após a divulgação dos casos, as pessoas optassem por deixar a casa. O imóvel perdia o valor imobiliário e o problema dos escorpiões não era resolvido. A coordenadora da Vigilância Ambiental de Joinville, Ana Alice, salienta novamente que não é porque o bairro não está na lista que está livre do escorpião-amarelo — ele pode ainda não ter sido encontrado ou reportado à Vigilância Ambiental.
— O escorpião veio para cá de alguma forma. Da mesma forma, podemos estar o transportando pela cidade. Por exemplo, vou levar uma madeira, um entulho, de um lugar para o outro, e ele pode estar no meio — afirma.
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A Vigilância Ambiental considera que o bairro está infestado ao encontrar apenas um exemplar do escorpião-amarelo, por um motivo bem simples: esta espécie não precisa de um companheiro para reprodução, já que realiza a partenogênese.
— Quase todos os indivíduos são fêmeas e elas já nasce com o óvulo fecundado. Em seis meses o filhote entra em idade reprodutiva e faz, durante o ano, duas gestações. A cada gestação pode nascer de 17 a 21 filhotes — explica o médico-veterinário da vigilância, Jaime de Matos Júnior.
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Como evitar a propagação
A coordenadora da vigilância salienta a importância de limpar os terrenos, deixando-os livres de entulhos e folhas. Frestas em muros e em casas também são um lugar propício para o escorpião usar como ninho, e baratas atraem a espécie para se instalar no local.
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— Se tem sujeira que atraia barata, na caixa de gordura, por exemplo, o escorpião também pode estar ali. Tenho que tirar o alimento e o abrigo dele — explica Alice.
Os escorpiões desta espécie não são nativos de Santa Catarina — o habitat deles é nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil — mas começaram a ser encontrados em Joinville em 2013.
— Ele não é um animal agressivo. O escorpião pica como auto defesa, porque foi pressionado, por exemplo — esclarece o veterinário.
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