A escolha de um imóvel tem travado a implantação do posto fixo para coleta e distribuição de sangue em Itajaí. Desde que a negociação mais recente começou, em 2012, pelo menos quatro imóveis foram sugeridos pela prefeitura ao Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), responsável técnico pela instalação da unidade. Todos foram rejeitados por não atender às exigências, mas o município garante que até o fim de 2014 esse capítulo da novela chegará ao fim.
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::: Coleta semanal de sangue deve começar entre janeiro e fevereiro de 2015
Fundamental para ampliar o número de doadores e agilizar a distribuição de sangue a hospitais da região, o posto fixo tem R$ 670 mil em recursos assegurados pelo programa Pacto por SC, do governo estadual. Para o processo de instalação começar, porém, é preciso que a prefeitura ceda um imóvel para a unidade funcionar. Em seguida, caberá ao Estado equipar, gerenciar e manter o local.
Já foram cogitados como sede um terreno na Avenida Osvaldo Reis, um espaço na Câmara de Vereadores, além de uma sala em construção no Hospital Marieta Konder Bornhausen. A última tentativa do município, uma casa, também não atendeu aos critérios necessários.
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– É difícil porque há uma série de exigências. Precisa ter a metragem mínima e acesso fácil à BR-101, já que vai atender toda região – explica o secretário municipal de Saúde, Márcio Silveira.
O gerente técnico do Hemosc em Florianópolis, Rodolfo Ramos, detalha que essa última casa, por exemplo, era muito úmida e precisaria de uma grande reforma. O profissional conta que esteve três vezes em Itajaí para vistoriar possíveis espaços, mas as negociações não evoluíram:
– Temos alguns entraves políticos também. O Hemosc quer fazer o posto. A hora que chegar uma resposta concreta a gente vai fazer. Itajaí merece.
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A vice-prefeita do município Dalva Maria Rhenius – que acompanha o processo desde a época em que era vereadora no começo dos anos 2000, quando houve as primeiras tratativas – garante que não é falta de vontade política e recorda que, no início, o Hemosc resistiu à vinda para Itajaí. Hoje, ela garante que o único entrave é a escolha do local e faz uma promessa:
– O Hemosc vai vir pra cá, é uma necessidade porque vários tipos de cirurgia são feitos aqui. O posto ia beneficiar toda região e pra mim é uma questão moral. Até o Hospital Marieta ficar pronto o posto vai estar aqui – garante.
Posto fixo vai agilizar atendimento em hospitais de Itajaí e região
A unidade do Hemosc em Itajaí vai funcionar como ponto para coleta e distribuição do sangue. A partir da doação, as amostras serão enviadas para análise em Florianópolis e as bolsas com o que foi recolhido ao hemocentro de Blumenau, onde será processado para depois ser devolvido ao município. Depois disso o material ficará à disposição dos hospitais da região, que hoje precisam se deslocar até a Capital.
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Com essa operação, o Hospital Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí, seria um dos principais favorecidos, pois consome uma média de 650 bolsas de sangue por mês – mais até que o principal hospital de Blumenau, o Santa Isabel. A bioquímica da agência transfusional do Marieta, Laura Hannil, afirma que ter uma unidade do Hemosc na cidade representaria ganho de agilidade, já que hoje a instituição precisa ir a Florianópolis cinco vezes por semana em busca de material:
– Facilitaria todo o processo e daria velocidade ao atendimento dos pacientes que precisam de transfusão.
O posto fixo também deve provocar aumento do número de doadores no município. O coordenador de divisão técnica do Hemocentro de Blumenau, Alexandre Geraldo, destaca que há um número expressivo de doadores na região. Muitos desses são atendidos apenas quando a unidade móvel de coleta vem para Itajaí e cidades vizinhas.
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– Com a coleta fixa, eles não precisarão se deslocar para Blumenau ou Florianópolis – resume.