Nem Scola nem Odilo.Tampouco Ouellet ou Dolan. Menos ainda Ravasi, Schönborn, Erdö, Sandri, Ortega, Tagle ou Tukson. Nas últimas semanas, o mundo se familiarizou com nomes de cardeais que figuravam no topo da lista dos papáveis. Raras citavam Bergoglio, o novo Papa.

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Até segunda-feira, Angelo Scola, arcebispo de Milão, e Odilo Scherer, de São Paulo, “polarizariam” os votos, segundo a imprensa italiana. Na primeira fumaça preta, a imprensa relatava que faltariam a Scola cerca de 20 votos para obter maioria. Scherer viria em segundo lugar, e o canadense Marc Ouellet, em terceiro. A confrontação entre o cardeal camerlengo Tarcisio Bertone e o brasileiro João Braz de Aviz sobre as finanças da Cúria Romana fez com que Scherer saísse em defesa da administração do Vaticano. Com o gesto, alguns cardeais teriam passado a ver Scherer “governista” demais para quem terá de enfrentar uma Igreja acossada por escândalos.

Ontem, o jornal La Stampa reproduzia uma frase do padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, sobre a escolha de Bergoglio: “é uma boa resposta” para aqueles que leram a história recente da Igreja e do conclave em termos de “lutas de poder”.

Horas depois do anúncio, jornais italianos ainda não explicavam como vaticanistas importantes erraram as previsões. Em uma das poucas análises, a surpresa ainda se traduzia em uma solução para o confronto entre dois campos. Não tão jovem como a maioria dos perfis desenhados do novo Papa, Francisco seria o saldo de um acordo, pelo menos, temporariamente.

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O que aconteceu com as previsões

>> DEU ERRADO

Papa jovem

Como Bento XVI renunciou por “não ter forças suficientes” para conduzir a Igreja, os analistas arriscavam que o papa teria até 70 anos. Bergoglio tem 76.

Conhecedor da Cúria

Um dos quesitos apontados era a importância de escolher alguém com trânsito na Cúria. Bergoglio, pelo contrário, seria avesso a funções burocráticas e só costumava visitar o Vaticano quando absolutamente necessário, segundo o jornal La Stampa.

Listas de apostas

Bergoglio não figurava nas lista de preferidos, que apontavam inicialmente os italianos, seguidos de outros europeus.

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>> DEU CERTO

Um não europeu

Apesar da força que parecia ter Angelo Scola, despontavam declarações de que era necessário um papa de outro continente para renovar o catolicismo.

>> A CONFERIR

Perfil reformista

Diante de temas controversos, como uso de camisinha, celibato, não acobertamento de pedófilos e reforma da Igreja, Bergoglio seria uma figura isenta na administração, mas conservadora em temas como aborto e eutanásia.

Infográfico: entenda como funciona o conclave no Vaticano