Em uma casa de quatro cômodos, cores, plumas e bastões de cola quente anunciam que o clima é de Carnaval. Lá fora, as lonas improvisadas protegem os carros alegóricos da chuva e dos olhares de curiosos. Tudo deve ser mantido em sigilo, em respeito ao público e também como medida de proteção – concorrente pode ter olho gordo.
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O clima na Imperadores do Samba, quarta colocada no desfile do ano passado, é de correria. Para falar com a reportagem, o presidente Jeovah dos Passos, teve de abandonar temporariamente um grupo de homens que se esforçava para movimentar um carro alegórico.
– Vamos trabalhar até sábado à noite ou até domingo, se for necessário.
O trabalho, nessa época, não tem fim. Equipes se revezam e ficam a postos das 8 às 20 horas. A sala de costura é a mais movimentada, mas há pouco para ver. Fantasia bonita, segundo o que dizem, só se mostra na avenida.
– Eu vou sair de indiana -, conta o joinvilense Juliano Ferrari, que há dez anos desfila em São Chico.
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Diferente de Juliano, Linda Inês dos Santos, Juliedna Cristina de Souza e Hercílio da Costa não vão se fantasiar. Apesar disso, ocupam as mãos de segundo em segundo, tudo para garantir adereços de primeira para os cerca de 450 integrantes da escola.
-Vamos para a torcida -, justifica Linda.
– Não preciso desfilar. Bom mesmo é ver o trabalho feito. Vai ser muito bonito -, avisa Hercílio.
O enredo da Imperadores do Samba conta a história de São Francisco do Sul, uma das cidades mais antigas do País. De acordo com Jeovah, o porto e a navegação serão peças-chaves do desfile. A convicção, claro, é na vitória.
Mesmo com a última posição no desfile do ano passado, o pessimismo não tem vez entre as paredes de madeira que cercam a casa onde moram as fantasias e as cores do Carnaval.
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