Estrutura precária, forros desabando, mato por todos os lados, fiação exposta e hidrantes quebrados. Essa foi a situação que a reportagem da Hora encontrou, na última semana, em seis escolas estaduais que chegaram a ser interditadas desde 2011, na Grande Florianópolis. A volta às aulas na rede estadual está marcada para o dia 14 de fevereiro, próxima quinta-feira, e as reformas ainda não começaram.

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Só em Palhoça, três unidades apresentam problemas de conservação e necessitam de reparos para o início do ano letivo, segundo a Defesa Civil do munícipio. Enquanto isso, alunos terão de continuar a estudar em salas de aula improvisadas, bilbiotecas e ginásios, conforme o relato de professores e pais entrevistados.

Para o presidente da Associação de Pais e Professores (APP) da Escola Anísio Vicente de Freitas, em Santo Amaro da Imperatriz (foto abaixo), é triste ver a que ponto chegou a instituição em que ele estudou e que escolheu para matricular seus três filhos. A unidade, que já teve 800 alunos, neste ano deve receber 500.

Fotos: Betina Humeres

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– Penso no futuro, em ter uma boa escola para meus netos. A Anísio é um patrimônio da comunidade- lamenta.

Goteiras e forro despencando

Uma das escolas, a Laurita de Souza, em São José, passou por reforma recente, mesmo assim apresenta problemas, como goteiras nas salas de aula e parte do forro despencando. ?

Nada de novo após desabamento

Preocupante, é como a direção resume a situação da Escola Básica Vicente Silveira, no Bairro Passa Vinte, em Palhoça. Em novembro do ano passado, três salas de aula vieram ao chão. A única providência tomada até hoje foi a retirada do entulho.

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A diretora, Terésia Artifom, afirma que não vai iniciar as aulas caso a área não seja isolada.

– Não vou correr o risco de algum aluno ou até mesmo funcionário se machucar naquele local- explica.

Um verdadeiro piscinão se formou no pátio num buraco onde estava parte da estrutura que desabou.

Dois embargos em Palhoça

A Defesa Civil de Palhoça vistoriou três escolas afetadas no município. O diretor, Diego Schmidt Concado, diz que a Escola Dom Jaime Câmara (foto abaixo) é única liberada.

A Vicente Silveira e a Venceslau Bueno precisam se adequar até dia 18. A Promotoria de Justiça da Infância e Juventude entrou com uma ação civil pública contra o Estado, após o desabamento da Vicente Silveira.

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Segundo informações do gabinete do promotor da Infância e Juventude, Aurélio Giacomelli da Silva, outra ação está em andamento, relacionada à falta de acessibilidade na Escola Venceslau Bueno.

Risco de acidente na Capital

Em Florianópolis, a Defesa Civil recomendou à direção da Escola Laura Lima, no Bairro Monte Verde, que o refeitório receba novos cabos de sustentação, pois um se rompeu. Segundo o agente da Defesa Civil Marcos Roberto Leal, há risco de desabamento. Só com a reforma, haverá liberação.

Burocracia emperra licitações

Segundo a gerente financeira da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis (SDR), Loreni Flores, cinco escolas serão reformadas, menos a Laurita de Souza, reformada em 2011.

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– Estamos em licitação e, muitas vezes, esbarramos na burocracia – explica.

Foram liberados R$ 700 mil para limpeza de caixa d’água, fossas, terrenos e troca de maçanetas. Serão providenciados os tapumes e cabos metálicos exigidos.

::: Escolas que sofreram interdição

Florianópolis

Escola Estadual Laura Lima (Monte Verde)

– Interdição: 2012.

– Motivo: duas alas interditadas, estrutura comprometida.

– Situação: licitação aberta no último dia 4 para reforma geral. Estado vai instalar estrutura metálica no pátio.

– Valor: R$ 1,2 milhão.

Santo Amaro da Imperatriz

Escola Básica Anísio Vicente de Freitas

– Interdição: novembro de 2012.

– Motivo: estrutura comprometida em duas alas e interditada até a colocação de tapumes para isolar a área.

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– Situação: em licitação para reforma geral prevista para março.

– Valor: R$ 800 mil.

Palhoça

Escola Estadual Dom Jaime Câmara (Bela Vista)

– Interdição: fim de novembro de 2012.

– Motivo: risco de desabamento.

– Situação: Foram feitas melhorias provisórias, mas há uma licitação em andamento para reforma geral, em março.

– Valor: R$ 1,2 milhão.

Escola Estadual Vicente Silveira (Passa Vinte)

– Interdição: novembro de 2012.

– Motivo: três salas desabaram.

– Situação: em licitação para reforma geral, em março. Estado providencia tapumes para isolar a área.

– Valor: R$ 1,9 milhão.

Escola Estadual Venceslau Bueno (Centro)

– Interdição: novembro de 2012.

– Motivo: forro desabando no corredor.

– Situação: em processo de licitação para reforma geral. Obras previstas para 25 de fevereiro.

– Valor: R$ 1,3 milhão.

São José

Escola Estadual Laurita Dutra

– Interdição: 2011.

– Motivo: telhado comprometido em dois pontos.

– Situação: salas afetadas reformadas em 2011. Há quatro infiltrações, goteiras e forro solto.