Por um mês e meio, o diretor-geral da Escola Estadual Simão Hess em Florianópolis, Nazareno José Manoel Martins, teve mais autonomia para resolver pequenos problemas corriqueiros da escola. Trocou vidro quebrado, fechadura estragada e providenciou folhas de papel sem burocracia.
Continua depois da publicidade
Ele e outros 11 diretores foram escolhidos no fim do ano passado para fazer parte de um projeto-piloto da Secretaria de Estado da Educação (SED), que permite o uso de um cartão corporativo do governo nas escolas da rede estadual como forma de tornar mais rápida a solução de pequenos problemas.
A proposta foi aprovada e agora se estenderá a 1,1 mil unidades. A previsão é que a partir do dia 25, todas as escolas comecem a usar o cartão de pagamento. O projeto será lançado hoje.
Recebido em novembro de 2013 como teste, o cartão da escola Simão Hess tinha R$ 750 disponíveis. O diretor aprovou a mudança por agilizar a solução de problemas que acabam interferindo no aprendizado.
Continua depois da publicidade
– Troquei vidros e fechaduras, que precisavam ser arrumados com urgência. A escola precisa de muita coisa de imediato, e foi muito bom nesse sentido – relembra.
O cartão, que dará a cada escola entre R$ 2 mil e R$ 8 mil por ano de acordo com o número de alunos matriculados, permite gasto sem a necessidade de três orçamentos, que precisava ser feito pelo diretor e encaminhado à aprovação das gerências regionais de educação.
– Muitas vezes não tínhamos tempo pra providenciar os orçamentos e os reparos não eram resolvidos – ressalta.
Continua depois da publicidade
Ao fim do uso, o diretor prestou contas à SED com todas as notas fiscais das compras. Com a experiência positiva, ele aguarda a chegada do novo cartão definitivo.
– Estou precisando colocar mais vidros, temos uma porta que quebrou e essas coisas acontecem o tempo todo. Às vezes é uma torneira, um bebedouro que tem um filtro entupido. O bom é que com esse dinheiro não vão se acumular problemas.
Contratação de serviços não é permitida
A única ressalva feita pelo diretor é a de que o cartão não permite a contratação de serviços. A assessora técnica da diretoria de administração e finanças da Secretaria de Educação, Silvia Helena Souza Barbosa, explica que neste primeiro momento, apesar de ser autorizada pelo governo, a contratação de serviços não foi aberta às escolas pela logística de prestação de contas. No entanto, essa possibilidade não está descartada futuramente.
Continua depois da publicidade
Para fazer as compras, cada escola terá o repasse anual de acordo com o número de alunos matriculados registrados no censo escolar do ano passado. O dinheiro será repassado em duas parcelas, uma em abril e outra em agosto. O projeto somará R$ 7 milhões de investimentos em 2014.
A divisão de recursos
– Escolas com até 100 alunos: R$ 2 mil/ano
– 101 a 150 alunos: R$ 3 mil/ano
– 151 a 200 alunos: R$ 4 mil/ano
– 201 a 300 alunos: R$ 5 mil/ano
– 301 a 400 alunos: R$ 6 mil/ano
– 401 a 500 alunos: R$ 7 mil/ano
– Acima de 501 alunos: R$ 8 mil/ano
Tira-dúvidas
Quem é o responsável pelo cartão?
A SED sugere que o responsável seja o diretor de cada escola.
A partir de quando?
A previsão é de que a partir do dia 25 de abril o cartão já possa ser usado. Antes, o diretor precisa ir a qualquer agência do Banco do Brasil, desbloquear o cartão e gerar uma senha. O cartão valerá por 60 meses.
O que ele pode comprar?
Materiais de consumo. Uma lista foi feita pela SED com o que é permitido comprar. Podem ser, por exemplo, produtos de limpeza, material de escritório como papeis, cartolina, canetas; e para pequenos reparos.
Continua depois da publicidade
É possível comprar em qualquer local?
Em locais comerciais autorizados, previamente selecionados pela SED, que aceitem a bandeira Visa.
Quem fiscaliza?
Além de guardar todas as notas de compra, o diretor também terá que preencher um formulário, que será apresentado às gerências regionais de educação, que repassam à Secretaria de Educação. Em caso de compra indevida, o dinheiro precisará ser devolvido. A ideia no futuro é que os gastos de cada escola possa ser acompanhado por todos pelo portal da transparência do governo.