Comprometimento, foco no aprendizado dos alunos com diferentes estratégias, menos decoreba, participação ativa dos pais na vida escolar e atenção no desenvolvimento dos alunos. Alguns dos caminhos apontados por diretores de escolas que cruzaram a linha da média estadual e nacional e se destacaram entre as melhores de Santa Catarina no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015. Divulgada na quinta-feira, a lista do Ministério da Educação (MEC) traz quatro escolas do Vale do Itajaí entre as 40 melhores do Estado.

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O ranking mostra que o ensino de qualidade quebra qualquer barreira geográfica ou financeira. Se cidades como Joinville e Florianópolis aparecem com frequência na lista, há espaço para quem vem do interior mostrar que a educação é para todos. Da pequena Dona Emma, no Alto Vale do Itajaí, com menos de 4 mil habitantes, vem a décima colocada entre as melhores escolas estaduais das séries iniciais (até o 5º ano). É a EEB Lindo Sardagna, que tem 460 alunos e conseguiu a nota 7,2 no Ideb. O caminho para chegar lá? Muito esforço e ideias criativas.

– Nós damos o sangue pela escola todos os dias. Buscamos sempre criar projetos diferenciados para os alunos, como a criação de uma horta, fabricação de sabonetes e outras atividades práticas que levam o ensino para fora da sala de aula – avalia a diretora Andréia Bressan.

A melhor nota no Vale veio de Luís Alves, da EEB Tenente Anselmo José Hess, com índice 7,5. Ela foi a quarta melhor colocada no ranking das escolas estaduais nas séries iniciais. Impressiona na escola a evolução a cada edição do Ideb (a cada dois anos). Em 2005 ela tinha uma nota 4,5, que subiu gradativamente até um 6,1 em 2013. Em dois anos, pulou mais de um ponto para cima.

– A especialização dos professores, o uso da internet no dia a dia dos alunos e a participação dos pais na vida escolar são fatores decisivos para a nota da escola crescer – diz o diretor Elton Vicente Pauli.

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Canal aberto entre pais e professores

Se nos anos iniciais Santa Catarina tem uma média 6,1 – a segunda melhor do país – nos anos finais do ensino fundamental (até o 9º ano) os índices caem para 5,1. Embora menor, é a melhor média do Brasil nesta faixa. Acima da linha está a EEF Mont?Alverne, de Ituporanga, que marcou uma nota 6 no Ideb e figura entre as melhores do Estado nos anos finais. Com alunos mais próximos da adolescência, a resolução de problemas e atenção a cada caso são diferenciais para manter o ensino de qualidade na visão da assessora da diretora da escola, Marilene Werlich Lopes:

– Mantemos um canal aberto entre os professores, diretoria e pais. Com atenção e cuidado individual quando percebemos que o aluno não está indo bem. Há também o comprometimento dos professores em participar do dia a dia da escola, fora da área pedagógica. Com pouca verba, precisamos nos virar em eventos e promoções e contar com a ajuda deles.

Foco na aprendizagem

Entre as escolas municipais, quem representa o Vale do Itajaí no top 10 é a EM Padre Martinho Stein, de Timbó, que conseguiu índice 6,8, o quinto melhor nos anos finais. Para a diretora Luiza Maria Felipe Antônio, o resultado vem de uma filosofia de foco no aprendizado e na construção do conhecimento, com envolvimento dos pais e da comunidade na vida escolar.

Sem escolas entre as 40 melhores de Santa Catarina, Blumenau se mantém na média estadual e acima da nacional. Nos anos iniciais do ensino fundamental a cidade manteve a média de 6,3 que havia registrado em 2013, acima do 6,1 estadual e 5,5 nacional. Já nas séries finais, Blumenau passou de 4,6 para 5,1, a mesma média de SC. No Brasil o índice fica em 4,5. Os resultados estão acima da meta projetada pelo município. O plano é alcançar 6,6 até 2021, sendo que o objetivo do Plano de Desenvolvimento da Educação é de que o Ideb do Brasil em 2022 seja 6.

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Entre as escolas estaduais a melhor nota na cidade é da EEB Christoph Augenstein, no Salto Weissbach. A escola conseguiu índice 7 nos anos iniciais e 5,6 nos finais. Entre as municipais a EBM Pedro II, no Progresso, conquistou a melhor nota de Blumenau, com um 7,3 nas séries iniciais. Nas finais o colégio Machado de Assis lidera o ranking com o índice 6,3.