Com o céu começando a ficar azul, perto das 7h, os integrantes da bateria da Unidos da Coloninha, última escola a desfilar, saíram pelos portões da dispersão. Grande parte da torcida ficou até o fim, e cantou junto com a agremiação. Este foi o espírito da noite deste sábado em Florianópolis, quando o público lotou a Nego Quirido para assistir o desfile das seis escolas que lutam para permanecer no grupo especial.

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A primeira a entrar na avenida foi a estreante Dascuia, às 22h30, sob forte chuva. Com o enredo “Da água, da terra, do fogo e do ar, surge a energia para a vida, eletrizando essa avenida a Dascuia com seu samba quer contagiar”, a escola do Morro do Céu contou história do mundo real e encantado, com vertentes da ciência e da magia. O segundo carro alegórico teve um problema, o que acabou prejudicando a harmonia da escola, mas mesmo assim conseguiram completar o desfile a tempo.

Inspirada nas belezas naturais da Lagoa da Conceição, a União da Ilha da Magia (UIM) foi a segunda agremiação a desfilar. A escola colocou todo mundo para sambar nas ondas do surfe, passando pelos primórdios da prática nas praias de Florianópolis e também pela tradição religiosa de culto ao sol no Peru e no equilíbrio na Indonésia. Uma inovação trazida neste ano foi a companhia do rei da bateria junto a rainha. No último carro UIM fez uma homenagem para o surfista Ricardinho dos Santos, assassinado na praia onde nasceu e aprendeu a surfar, a Guarda do Embaú.

A Consulado do Samba, terceira escola a desfilar, animou o público com sua bateria Ordinária fazendo coreografia. A agremiação fez uma homenagem a produção de carvão mineral, e contou também a história de dois frutos da cidade catarinense Criciúma: o carvão mineral e o “Tigre”, time de futebol mais querido do sul do estado.

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A chuva finalmente parou antes da Copa Lord entrar na avenida. A escola trouxe para a Nego Quirido a magia de filmes que marcaram a vida das pessoas. Marilyn Monrou chegou de limousine na comissão de frente, e levantou o público. Cada ala levava os expectadores para um clássico do cinema, como o Mágico de Oz, Rei Leão, Alice no País das Maravilhas. O casal de mestre-sala e porta-bandeira vestidos de Chuck e sua noiva também chamou a atenção, e receberam aplausos na avenida.

Para repetir o título de 2014, a Protegidos da Princesa veio com o enredo “Emoldurada pelo mar, uma história que me representa. Crônica de uma cidade em transformação”. A escola contou a história das transformações culturais e econômicas vividas em Florianópolis, como mercado público antes ligado ao mar, a construção das pontes, o trabalho da pesca e a tradição da renda.

A última escola a desfilar, Unidos da Coloninha mostrou que veio para disputar o título e levantou as arquibancadas e camarotes. Com o enredo “Odoyá, Mãe Senhora! Sou tuas águas, tuas ondas? Coloco em seu oceano, meu mar!’, a Coloninha fez uma homenagem para Iemanjá, a rainha do mar, e narrou mistérios e contos ligados aos símbolos das águas e do amor. A ligação entre Brasil e África também esteve presente na avenida, e o público pode sobre a escravidão na história recente do país.

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Na dispersão o clima era de comemoração por terem finalizado o desfile no tempo certo e levantando a torcida. O presidente Luciano Baracuhy estava muito emocionada no fim:

– Fizemos um belo desfile, e agora vamos aguardar o resultado.

A apuração das escolas vencedoras do Grupo Principal e do Grupo de Acesso acontece nesta segunda-feira, dia 16, a partir das 15h. As campeãs voltam a desfilar na Passarela Nego Quirido na noite de terça-feira.