O samba agoniza, mas não morre, já dizia Nelson Sargento. As escolas de samba não vão desfilar em 2013, mas, no ano que vem, já sabem, ao menos nas palavras, o que fazer para evitar o vexame de não mostrar a sua beleza na Nego Quirido.
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Governo do Estado e prefeitura se acostumaram a dar o peixe para as escolas, com repasses que, somados, chegavam a milhões de reais. Mas, de fato, nunca ensinaram a pescar.
? Passarela é o primeiro passo
Para 2014, as agremiações devem pegar suas tarrafas e jogá-las no mar em busca de recursos.
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– Temos condições de vender este espetáculo. Já tem empresas que querem subsidiar o Carnaval de 2014 – garante Zeca Machado, presidente da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf).
O primeiro passo para o Carnaval se tornar autossustentável, ou perto disso, seria uma gestão profissional. A Liesf tem interesse em assumir a Nego Quirido, para gerenciá-la e trazer parceiros da iniciativa privada, que pagariam toda a festa. Nos últimos anos, a prefeitura é quem terceirizava o serviço, recebendo uma parte do lucro, que não era pouco, pelos dias de folia.
Organização prévia
Comandar a festa é o intuito de todas as escolas de samba de Florianópolis, já que, atualmente, por baixo, não se desfila por menos de R$ 1,4 milhão. Esse montante engloba tudo, desde a compra de pluma até o cachê do intérprete do samba.
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Para fazer fechar essa conta, sem morder o bolso do contribuinte, Carlos Alberto Veloso, da Copa Lord, aponta um caminho:
– A coisa boa dessa história (cancelamento do desfile) é que as escolas vão começar cedo a se organizar para o ano que vem, buscando a iniciativa privada para bancar a festa.
MUSA DO CARNAVAL DA HORA NÃO SAI
O concurso anual Musa do Carnaval da Hora – que apresenta as representantes de cada escola de samba do grupo especial da Capital e elege a mais – bela não será realizado pelo jornal neste ano. A decisão teve de ser tomada diante do cenário de indecisão dos últimos meses, que cercou a realização do desfile na Passarela do Samba Nego Quirido.
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O concurso depende da mobilização das escolas, que indicam representantes e incentivam integrantes a votar nas candidatas. O atraso na definição inviabilizou as condições técnicas para que a promoção acontecesse.