A escolaridade do trabalhador industrial catarinense tem crescido desde 2010, porém ainda não alcançou a média nacional. Os dados mais recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que 56,4% dos empregados no setor de Santa Catarina têm ensino médio completo, enquanto no país a média é de 59,1%. Até mesmo na comparação com outros setores da economia catarinense, como comércio (71%) e os transportes (61%), a indústria fica atrás.
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Presidente da Federação estadual das indústrias (Fiesc), Glauco Côrte diz que o setor tem trabalhado para mudar essa panorama e que já há uma meta estabelecida: ter 100% dos trabalhadores com ao menos ensino médio completo até 2024. Além disso, a entidade se espelha em bons exemplos no exterior para obter melhores resultados.
— Nós precisamos nos igualar ao melhor do que há também internacionalmente. Por isso existe esse nosso esforço para qualificar cada vez mais nossa educação e preparar os nossos professores — diz Côrte, referindo-se aos trabalhos do Sistema S no Estado.
Ainda em relação ao nível educacional dos trabalhadores da indústria, o presidente da Fiesc afirma que melhoras nos índices podem levar a um aumento de produtividade, o que garantiria a sobrevivência futura do setor industrial.
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— Estamos passando por uma grande transformação tecnológica. A indústria 4.0, que já é uma realidade na Europa e nos Estados Unidos, está chegando rapidamente ao Brasil. São esses os nossos concorrentes. Os nossos trabalhadores têm que estar preparados para isso — diz.
Soluções para o ensino brasileiro em debate
Durante a 6ª Jornada da Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, especialistas debateram o futuro da educação. O economista Marcelo Cortês Neri afirmou que, em termos gerais, o Estado está bem posicionado nacionalmente, porém a melhora dos indicadores na indústria pode fazer com que a economia fique ainda mais dinâmica:
— O principal segredo para o aumento da produtividade é a educação. É verdade que o Brasil não tem se destacado nesse aspecto e isso é algo que deve ser repensado, porém é claro que a escola muda a vida do cidadão e isso tem que ser lembrado e estimulado.
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Para Cláudio de Moura Castro, economista e especialista em educação, o Brasil precisa primeiro investir em soluções simples para melhorar o sistema de ensino:
– Precisamos fazer um feijão com arroz bem feitinho. Algo que funcione para 50 milhões de alunos. Soluções robustas. Aqui o experimental não funciona.
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