Uma das mais tradicionais expressões do folclore catarinense faz parte da história e rotina da Escola de Ensino Fundamental Ribeirão Molha, em Jaraguá do Sul. Há 22 anos, o boi de mamão ganha vida com encenações feitas pelos alunos, embaladas por percussão e vocal.

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No Ginásio Arthur Müller, o Grupo Folclórico do Boi de Mamão realiza, nesta sexta-feira, a última apresentação da semana dedicada ao folclore brasileiro, comemorado no último dia 22. Ao longo da semana, mais de 500 estudantes assistiram à peça.

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A paixão pela história do boi de mamão surgiu quando Manoel Rosa, o Manequinha, trouxe um grupo folclórico do litoral catarinense para se apresentar na comunidade do Ribeirão Molha. Além disso, montou o primeiro grupo de boi de mamão no município. Incentivada pelo afrodescente, a comunidade do Ribeirão Molha e a escola montaram seu próprio grupo e iniciaram as atividades.

– É algo tão da escola, tão da família dos alunos, que uma direção após a outra deu continuidade ao trabalho. Todo início de ano, os alunos começam a sonhar com o próximo papel ou próximo instrumento que irão tocar na apresentação do boi de mamão – conta a diretora da instituição, Mirela Fabiana Rengel.

Grupo é tradicional no bairro jaraguaense

Toda sexta-feira é dia de ensaiar os 82 alunos do 5º ao 9º ano. Para as apresentações, dois professores trabalham diretamente com a música e o teatro. Segundo a diretora, as vagas são preenchidas a partir dos alunos mais velhos até fechar os papéis, pois há fantasias pesadas para alunos com pouca idade.

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– Nossa escola tem 243 alunos, e um terço está envolvido com o grupo folclórico. É algo bacana de se produzir e ver o resultado – afirma Mirela.

Para manter as fantasias e os instrumentos, a escola cobra R$ 2 por pessoa nas apresentações. Durante a semana do folclore, a instituição faz parceria com outras escolas de Jaraguá. Nos 40 minutos de espetáculo, é encenada a tradicional história sobre o boi querido por todos que tem a língua cortada para virar ensopado da mulher grávida do capataz. O boi morre, mas ressuscita graças à cantoria das crianças e de todas as forças da região, entre índio, bruxas e natureza.

A cada nova edição, novidades são apresentadas para o público. O professor de música Ricardo Borda explica que o objetivo é desenvolver o processo de criação dos alunos, por isso novas músicas são compostas para cada espetáculo.

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– Temos 40 instrumentos, e os alunos começam com o mais simples até chegar à caixa ou à alfaia. É interessante ver o crescimento do grupo e a percepção da importância de cada instrumento de percussão para a harmonia da peça – revela Borba.

Keyla Mykaela Matzanke, 12 anos, é umas das alunas que participam do grupo desde muito cedo. Atualmente, ela faz parte da percussão, mas começou interpretando um das crianças na peça há seis anos. Sua motivação foi entrar para o grupo em que sua mãe, seus tios e seus primos já tinham passado.

– Estou no meu último ano e quero aproveitar ao máximo. Todo mundo se importa com o nosso espetáculo – afirma.

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Assista um pouco da apresentação da Escola Ribeirão Molha