Ontem foi dia de entregar boletins no Grupo Escolar Frei Damião, que leva o nome do bairro de Palhoça e onde os índices de vulnerabilidade social estão entre os mais baixos do Estado. Os pais foram recepcionados com café e bolachas, em um refeitório. Assim como a classificação no Ideb, que mostra a escola com o quarto pior índice em SC, a acolhida poderia ter pouco significado.
Continua depois da publicidade
– Subir um ponto (2,4 para 3,4) na classificação é uma vitória. Por causa dos rótulos, nossa comunidade sofre com a baixa estima e o empenho é de entender as demandas dos alunos e de suas famílias e tornar o ambiente uma referência no convívio – conta a diretora Renata Anselmo Coelho.
Para a próxima avaliação, a esperança de uma nota ainda melhor:
– Fomos incluídos no projeto Mais Educação e as oficinas estão se realizando com 120 alunos em horário integral. Resolvemos o problema da falta de espaço dividindo a biblioteca e a sala dos professores – explica.
Continua depois da publicidade
Os alunos participam de atividades de Matemática, Língua Portuguesa, Meio Ambiente e Fanfarra. O MEC repassou R$ 40 mil e os recursos usados para compra de material e contratação de pessoal. Professores e pais traçaram as metas de combate ao déficit de aprendizagem e da violência. Cerca de 70% dos pais são catadores de papelão e outros materiais recicláveis, sendo que muitos filhos ajudam as famílias. No início havia resistência às atividades em tempo integral. Hoje, conta a supervisora Andrea Serafim Wehmuty, mães agradecem por perceberem os resultados.
O colégio tem 575 alunos e funciona em três turnos com alunos do Fundamental e Supletivo. Dos 19 professores, 15 são admitidos em caráter temporário (ACTs). Eliane Barros da Silva tem dois filhos que participam do projeto Mais Educação. Ela reconhece que o comportamento das crianças mudou desde que passaram a ficar mais tempo na escola:
– Melhorou as notas e o convívio com os colegas. É o papel da escola.