Três anos de discussões sobre a implantação de um liceu de artes com metodologia italiana em Joinville resultaram na Escola Livre de Artes, novo modelo estabelecido pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), que em abril de 2010 recebeu do governo do Estado a responsabilidade técnica e pedagógica dos cursos.

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Desde 2009, quando foi cogitada a formação de um ensino com raízes clássicas, o projeto foi tomando outros rumos e, a partir de setembro, passa a funcionar com um perfil diferente.

A instituição funcionará provisoriamente na Udesc da rua Otto Boehm, no Centro de Joinville, até que seja concluída a restauração do antiga escola Germano Timm. A pedagoga Tatiana Camiotto assumiu a coordenação da Escola Livre de Artes, que começará comportando três cursos gratuitos. As opções são de curta duração, conforme o modelo já pré-estabelecido pela universidade.

– Não são aulas de graduação, são aulas que atendem a demanda da comunidade, atingindo desde crianças a idosos, profissionais e iniciantes – explica a coordenadora.

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Diferentemente do que estava previsto inicialmente para o local – aulas com grade curricular fixa -, o conteúdo mais maleável da Escola Livre de Artes não compete com a da Escola de Artes Fritz Alt, da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, mantida pelo município.

– Não vamos reeditar os cursos da Casa da Cultura, nem teremos um currículo previamente determinado – esclarece Tatiana.

As primeiras aulas na sede provisória começam dia 24 de setembro, com alunos de residência artística em fotografia, que terá enfoque no território industrial e no patrimônio artístico e histórico de Joinville. O curso tem carga horária de 72 horas, e será ministrado pelo fotógrafo italiano Antonio Falzetti.

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Em outubro, terá início o curso de arte e natureza, voltado a professores de arte da rede pública de ensino, com carga horária de 24 horas, assumidos pela professora carioca, Patrícia Furtado de Mendonça. As opções também incluem um seminário sobre ciência e arte, com Alessandro Ubertazzi, outro professor italiano da Universidade de Florença. Este ainda não tem data definida.

De acordo com a coordenadora, os professores são profissionais convidados, sem ter necessariamente vínculo com a Udesc. Nesta primeira etapa, foram privilegiados professores italianos ou com formação na Itália, mas, segundo Tatiana, a ligação entre os dois países não será uma regra.

As inscrições estarão abertas no mês de agosto, e a coordenação ainda está estabelecendo critérios de avaliação dependendo da demanda de candidatos. Com o término da restauração do antigo prédio da escola Germano Timm, previsto para 2013, novos cursos serão oferecidos.

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Inspiração na Itália

O modelo previsto inicialmente pelo governo do Estado seria uma filial da Academia de Belas Artes de Firenzem na Itália. A intenção era instalar em Joinville uma escola que oferecesse aulas em nível de segundo grau técnico no contraturno do ensino regular para contribuir com o desenvolvimento do potencial artístico de jovens estudantes. As aulas seriam ministradas por professores locais, italianos e de outros países da Europa.

Depois que a Udesc assumiu a implantação, passou-se a discutir um convênio de colaboração bilateral, ao invés de uma filial, já que por a Academia de Belas-artes de Firenze tem peso de universidade e, por isso, o uso do modelo italiano não seria possível legalmente.