A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, com sede em Joinville, comemora 23 anos nesta quarta-feira (15). Com objetivo de formar artistas e cidadãos, atualmente, o local educa 240 alunos, de 20 estados brasileiros e de três países.

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Para comemorar a data, quatro espetáculos serão apresentados no Teatro Juarez Machado, nos dias 15 e 16 de março. Cerca de 200 alunos devem participar das apresentações.

Sylvana Albuquerque, coordenadora de produção, eventos e audições da escola, faz parte dessa história. Ela está na instituição desde o ano de fundação. Para ela, o período significa evolução. A profissional destaca que, desde o início, a ideia é atender crianças em risco social e desenvolver talentos.

Com foco em jovens da rede pública de educação de Joinville, o local recebeu 29 novos alunos apenas no ano passado. Mas, atualmente, não há fronteiras para o Bolshoi. O espaço recebe, inclusive, pessoas da Argentina e Paraguai, por exemplo.

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— É uma escola, primeiro, do Brasil, mas também do mundo. É uma semente de talentos e desenvolvimento — analisa.

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A empregabilidade da instituição também é destacada. Segundo Sylvana, o índice está acima de 70%. A escola é vista como um diferencial por diretores de companhias de dança. Para ela, a formação diversificada é fundamental para o currículo.

— Não é só dança. É música, responsabilidade, um conjunto de coisas que torna crianças grandes artistas. É preciso ter fogo nos olhos, paixão para querer ensinar — pontua.

A coordenadora da escola avalia que o Bolshoi representa um coração em Joinville, já que a cidade é levada ao mundo a partir da dança. Além disso, a expectativa é que a instituição consiga avançar em questões estruturais.

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— Ter um teatro construído e uma companhia própria, além da jovem. Um espetáculo do bolshoi que traga mais turistas para a cidade, fomente o comércio e formar cada vez mais talentos — conclui.

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Vivendo o início do sonho

Com apenas 12 anos, Carlos Eduardo saiu de João Pessoa (PB), deixou a família, amigos e vivências no Nordeste para vir a Joinville viver o sonho de entrar para a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil.

O sonho se concretizou após ser aprovado em um teste com outros 300 candidatos. Há dois anos em Joinville, o garoto diz que está vivendo uma mudança de vida e é necessário superar diversos desafios.

— Está sendo difícil. Existe saudade do pai e da mãe, ela fica muito grande, mas vai diminuindo — expressa. Atualmente, ele conversa por ligações e mensagens com a família, que segue na Paraíba.

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Carlos Eduardo, aluno Bolshoi
Carlos Eduardo saiu de João Pessoa (PB) para viver o sonho da dança em Joinville (Foto: Lucas Koehler / A Notícia)

Amante da dança clássica, o menino diz que pretende construir a vida como bailarino e entrar em uma companhia de dança. Neste ano, ele vai participar da primeira celebração da instituição.

— Estou com o coração acelerado e ansioso para participar do primeiro aniversário da escola — destaca.

Irmãs com a mesma realização

As irmãs gêmeas, Maiara e Mariana Borges, de 18 anos, nasceram em São Paulo e estão no oitavo e último ano da formação em Joinville. Elas contam que sempre foi um sonho entrar na escola bolshoi e, hoje, estão realizadas.

A dança sempre foi a paixão delas. Ambas também deixaram a família em outra cidade e vieram sozinhas para Santa Catarina. O sonho, entretanto, superou as barreiras.

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— Desde crianças sempre colocamos a dança na frente das saudades, dos amigos, da escola. É uma realização tão grande que esquecemos alguns lados ruins — contam.

Participar dos 23 anos da escola pode significar o último evento delas na instituição.

— Um friozinho na barriga. É uma escola tão grande e está no nosso coração. Saber que fizemos parte da história é uma realização, vai ficar marcado para sempre — celebram.

As irmãs gêmeas, Maiara e Mariana Borges, de 18 anos
As irmãs gêmeas, Maiara e Mariana Borges, de 18 anos (Foto: Lucas Koehler / A Notícia)

Após a formação, a dupla projeta seguir como bailarinas. Porém, deixam a porta aberta para outras opções, incluindo serem professoras.

— A dança abre muitas portas. Tem oportunidade para tudo e lugar para todos — finaliza.

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