Em 2002, o casal Vilmar e Higina Brás fundou a Associação Náutica de Itajaí (ANI) depois de uma viagem de veleiro ao redor do mundo. Inspirados em um projeto que conheceram na Itália, eles tinham como grande objetivo oportunizar a prática da vela para crianças e adultos da região. Dez anos depois, a vinda da primeira edição da regata de volta ao mundo para Itajaí trouxe para a organização uma série de oportunidades.

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Além de ganhar da prefeitura uma sede à beira do Saco da Fazenda, a associação sediou a primeira edição da Volvo Academy, projeto que levou crianças de escolas do município para aulas de vela nas águas da cidade. No final do projeto, a ANI recebeu oito embarcações para a prática de vela competitiva.

– Com a doação das dez embarcações, foi possível criar uma equipe de rendimento da ANI – afirma a coordenadora geral da associação, Ana Júlia Pinheiro Krensiglova.

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Também foi possível criar uma escolinha de vela para crianças a partir dos sete anos. O projeto complementa o “Navegando Pela Cidadania”, que nasceu junto com a ANI, em 2002, e pelo qual já passaram mais de 8 mil crianças e adolescentes do município.

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Luisa Metzner e Gabriel Lisboa Prestes são dois talentos revelados pelo projeto da ANI (foto: Patrick Rodrigues)

Um dos milhares de alunos é Gabriel Lisboa Prestes. Natural de Itajaí, ele descobriu o prazer de sentir o vento no rosto e se sentir parte do barco em 2015, aos 10 anos. No mesmo ano e com a mesma idade, Luisa Metzner começou a praticar o esporte através da segunda edição da Volvo Academy, na segunda passagem da regata pela cidade. A dupla logo se destacou e passou a fazer parte da equipe de rendimento da ANI, participando – e vencendo – competições em todo o país.

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A pandemia da Covid-19 interrompeu a sequência de treinamentos e só agora, em 2023, os dois devem voltar a competir, tendo que lidar com uma agenda que inclui faculdade e trabalho. Parada desde março de 2020, a Escolinha de Vela deve retornar as atividades logo após a partida dos barcos da The Ocean Race, em abril. Serão 120 vagas gratuitas, que devem ser disponibilizadas no site da associação (anitajai.org).

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Durante a parada da regata na cidade, a associação pretende promover uma série de atividades, além de receber a visita de membros da tripulação dos barcos competidores, algo que velejadores como Gabriel esperam com ansiedade:

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– Ver a “Copa do Mundo da vela” chegar no quintal da sua casa, onde você treina toda semana, é um privilégio – afirma o jovem de Itajaí.

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Projeto que já ocorre mensalmente, o Barco Escola terá vagas ampliadas para que visitantes da The Ocean Race possam experimentar aulas gratuitas de vela, com até quatro horas de duração. A ação surgiu depois da doação de um píer por parte da organização da regata para a ANI, em 2018.

Os veleiros que alugam as vagas precisam ofertar, como contrapartida, aulas de vela para duas pessoas por mês, ampliando a cultura náutica na região. As vagas também são disponibilizadas no site da associação.

*Reportagem de Leo Laps.

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