Para a Mocidade Unidos do Salto do Norte e para o Bloco Pé na Jaca o Carnaval vai além da folga proporcionada pelo feriado. As histórias de perseverança de Amaro de França, mais conhecido como Djeme Mocidade (lê-se Dimi), diretor da única escola de samba de Blumenau, se misturam ao sonho dos integrantes do bloco recém criado para manter viva uma tradição quase esquecida na terra da Oktoberfest. Os dois grupos promovem ações para que a festa não passe em branco na cidade.

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Domingo Djeme vai entoar pela 10ª vez um samba-enredo durante o desfile na Rua Johann Sachse, no bairro Salto do Norte. O paulista garante que os 250 componentes da Unidos do Salto do Norte estão com o samba deste ano na ponta da língua. A letra “Por que racismo entre as raças se a banana é fruta, é vitamina?” defende que nada justifica atos preconceituosos.

Apesar do desejo de não deixar a festa morrer, a escola fundada há mais de uma década admite estar em seu pior ano.

– Não teremos carro alegórico, não conseguimos barracão e o carro usado em 2014 pegou chuva e mofou – lamenta Djeme.

Mas os percalços de manter a escola viva não tiram a alegria e o amor pelo samba que o carnavalesco carrega há 45 anos. Ele revela que busca ajuda junto à prefeitura para conseguir um terreno e transformá-lo na sede da escola.

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Criado em 2014, o Bloco Pé na Jaca amplia a programação do Carnaval em Blumenau com uma festa na sexta-feira a partir das 20h no Farol Lanches, no bairro Vila Nova. No repertório muito samba e marchinhas.

Formado por 36 pessoas, entre percussão, harmonia e conselho geral, o bloco aguarda liberações municipais para se apresentar nas ruas futuramente. Neste ano o cronograma não será mais extenso por causa do horário de trabalho dos integrantes.

– Aqui o Carnaval não é tradição e são poucos os lugares que fazem feriado. Isso nos limita – lamenta a presidente do bloco, Giani de Oliveira.

Apesar disso, a presidente comemora a aceitação dos blumenauenses com a proposta trazida pelo bloco, que em um ano conseguiu adquirir os próprios instrumentos.

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– Queremos preservar a brasilidade que existe aqui. No bloco, por exemplo, temos pessoas de todos os cantos. São paulistas, cariocas, catarinenses e até um coreano. Ele tem muito gingado – brinca.

O Bloco Pé na Jaca é independe e se mantém através de doações e de parcerias com empresas privadas.

– Além de nos apresentar no Carnaval, queremos criar um movimento cultural aqui – afirma Giani.

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