A Escola Municipal Adolpho Bartsch, de Joinville, recebeu a maior nota no Ideb 2019, resultado divulgado em 15 de setembro pelo Ministério da Educação, entre as séries iniciais de Joinville nas escolas públicas. O 9,3, aliás, não a colocou apenas como a melhor média da cidade, mas entre todas as escolas públicas de Santa Catarina, do Paraná e do Rio Grande do Sul. Nesta etapa de ensino, conquistou a sexta melhor nota do país.
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A média geral de Joinville para as séries iniciais (5º ano, a antiga 4ª série do Ensino Fundamental) foi de 7,2, a mesma registrada em 2017 — a meta nacional para 2019 era que os alunos alcançassem pelo menos a média 6,7. Os alunos da escola Adolpho Bartsch conseguiram superar a meta nacional em 2,6 pontos e as outras escolas de Joinville em 2,1 pontos.
Não foi uma surpresa: há anos a escola apresenta bons resultados no Ideb, uma avaliação feita no Brasil desde 2005 com os alunos que concluem o primeiro e o segundo ciclo do Fundamental (5ºs e 9ºs anos) e os formandos do terceiro ano do Ensino Médio. O Ideb mede o índice de aprendizado a partir da taxa de rendimento escolar (aprovação) e das médias nos exames feitos a cada dois anos, em provas de língua portuguesa e matemática. No índice de 2015, por exemplo, chegou a ser a quarta melhor nota do Brasil entre as séries iniciais.
Ha pouco mais de 10 anos, a nota da escola já era boa: em 2009, a média ficou em 6,9, acima da média prevista dez anos depois. Mas não era suficiente para o diretor Fábio Doin, que chegou à gestão naquele ano.
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— Estava entre a 10ª, 11ª da rede [municipal]. Não era uma nota ruim, mas não era expressiva. Era uma escola que ninguém conhecia, nem sabiam onde ficava — recorda ele.
Agora, definitivamente, a Adolpho Bartsch está no mapa: mesmo sendo uma escola pequena, com cerca de 430 alunos, localizada na SC-415, quase na saída da cidade, no distrito de Pirabeiraba, atualmente há famílias fazendo “loucuras” para terem seus filhos matriculados na instituição. Fraudes nos cadastros são comuns todos os anos, em especial naqueles em que o resultado do Ideb é divulgado, em tentativas de burlar a regra de zoneamento para as matrículas nas escolas públicas.
— Muitas vezes temos que negar a matrícula mediante fraude, em que as famílias informam endereços comerciais ou contratos de aluguel sem estar registrado em cartório. A gente não tem poder de polícia, então o que verifica mossão os casos grosseiros de fraude. Mas sabemos que os mais refinados podem passar — explica Fábio.
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Avaliações individuais
No ano passado, a taxa de aprovação da Escola Municipal Adolpho Bartsch foi de 98,6%. Como este é um dos critérios para subir ou descer a nota no Ideb, a avaliação da escola é que a média poderia ter chegado a 9,5 se não tivesse decidido reprovar alguns alunos. O objetivo, no entanto, é garantir que ninguém chegue ao fim do ano sem ter alcançado as habilidades necessárias para aquela série.
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— Quem reprova é porque, apesar de todo o esforço, ou a família não se compromete e não leva pro reforço, ou foi avaliado que é melhor pra criança cursar de novo o ano do que ir para o ano seguinte sem base nenhuma — diz Fabio.
A cada início do ano letivo, os alunos são avaliados em suas individualidades para que os professores possam entender o nível de conhecimento de cada um. Com os resultados, são montadas apostilas para o acompanhamento das crianças que precisam de reforço escolar e para as atividades do contraturno.
No período extra, os alunos fazem o acompanhamento pedagógico de forma mais dinâmica e produtiva. Ali, tem a opção de aprender de forma lúdica, por meio de aulas práticas, e de repetir atividades nas quais demonstraram dificuldade em sala de aula.
— A gente não pode pensar que é no quinto ano que eles irão se apropriar de tudo. Eles têm que vir no padrão de excelência desde o primeiro ano para que deem conta de aprender todas as habilidades que são exigidas pelo Ministério da Educação para terem um bom desempenho. Acompanhamento periódico ano a ano, para que a gente consiga ter um padrão de atendimento qualitativo para os alunos — afirma o diretor.
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Participação das famílias
Os pais ou responsáveis pelos alunos estão sempre em contato com os professores, acompanhando o desempenho das crianças. Segundo o diretor Fábio Doin, os educadores chegam a visitar as casas das famílias quando é necessário, para entender a dinâmica familiar.
— Quando há eventos nas escolas, chegamos a ter mais pais do que alunos aqui, porque vem pai, mãe, avó… E os professores aproveitam também estes momentos para conversar e atualizá-los do que está acontecendo. E, se os pais não podem vir nesses dias, são convidados a virem à escola em um dia de semana, para vivenciar esse momento — explica Fábio.