Professores e direção da Escola Municipal Marechal Olímpio Falconieri da Cunha, em Itajaí, estão criando estratégias para debater em sala de aula a atual crise política do país, que na última semana gerou protestos em todo o Brasil. Na segunda-feira a instituição vai fazer um levantamento sobre os conhecimentos dos estudantes e estimular uma discussão sobre o assunto.

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A ação vai atingir cerca de 700 alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental. Primeiro os professores distribuirão questionários com perguntas do tipo “Quem é Dilma Rousseff?”, “Quem é Sergio Moro?”, “O que é impeachment?” e “O que são manifestações?”. Enquanto as informações são tabuladas, os professores começam o debate em sala de aula.

– Com esses dados saberemos qual o conhecimento dos alunos sobre o assunto e o que precisa ser trabalhado. Eles irão analisar ainda a atual situação política do Brasil e escolher uma liderança da turma para representá-los no debate – explica a diretora da escola, Elenice Maria Furtado da Silva.

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De acordo com ela, durante a discussão os professores farão intervenções, fornecendo dados e contextualizando situações. Elenice afirma que a ideia não é defender partidos ou governos, mas fazer com que os alunos possam exercitar o senso crítico.

– Diante desse cenário, como é que a escola não vai proporcionar um espaço de discussão? Temos que desenvolver a consciência política dos alunos para que possam opinar e se interessar. A escola precisa se atualizar e acompanhar a realidade, não podemos falar apenas do Dom Pedro II – avalia.

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Professora de Língua Portuguesa para as turmas do 7º e 8º ano, Valéria Müller ainda não ouviu questionamentos sobre política dos alunos em sala. Segundo ela, as preocupações dos estudantes são outras e poucos manifestam interesse em falar sobre o assunto.

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– A escola precisa instigar o debate. Acho que essa atividade vai ser uma surpresa, eles podem vir bem informados ou estar completamente alienados – diz.

Já o professor de Geografia Felippe Tonera acredita que muitos trarão para o debate opiniões baseadas no que a mídia tem divulgado ou em conteúdos vistos nas redes sociais e internet.

– Eu trabalho em cinco escolas e praticamente não ouço questionamentos sobre política. Alguns alunos do ensino médio se manifestam mais e às vezes questionam minha opinião em sala de aula. Isso até compreensível pela idade deles, os interesses são outros – pontua.

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