Uma escola pública de Florianópolis começou a fazer reuniões com as famílias dos envolvidos em um caso de bullying e ameaças a uma criança autista, de 12 anos, na unidade de ensino. A Polícia Civil também vai investigar o caso. As informações são do g1 SC.
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A mãe do aluno autista disse ao g1 que não estava sabendo sobre as reuniões na escola até 18h30 desta quinta-feira (21). Conforme nora da Secretaria de Educação de Florianópolis, a escola recebeu na quarta (20) os prints com as ameaças. Em seguida, chamou as famílias para começar as reuniões.
Bullying e ameaças contra criança autista em escola pública vira caso de polícia em Florianópolis
Os encontros se iniciaram nesta quinta, com a participação da diretora e a orientadora educacional da escola, além de uma assessora da secretaria. A unidade também receberá a equipe do Núcleo de Atenção Psicossocial da Educação para atuação e mediação, de acordo com a nota.
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A Polícia Civil informou que vai instaurar um procedimento para apurar suspeita de ato infracional por parte de um aluno adolescente. A investigação será feita pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital (DPCami).
Entenda o caso
Segundo a mãe, ela encontrou ameaças de morte contra o menino, que tem transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em um grupo de aplicativo de mensagens. Ela ainda pede que o filho tenha um professor auxiliar e entrou com um pedido na Defensoria Pública. Segundo ela, o órgão respondeu que solicitou o profissional à prefeitura.
A administração municipal, por sua vez, disse em nota que o estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo e que ele não precisa de adequações pedagógicas e de acessibilidade nas atividades.
Menino não vai a aula há quase um mês
De acordo com a mãe, a criança, que está na sexta série, não vai à escola há quase um mês devido aos casos de bullying e ameaças. Ela conta que, nos quatro primeiros anos, ele estudava em outra escola. Ele mudou de unidade escolar em 2023, após conseguir uma vaga no local.
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— Ele tinha uma professora maravilhosa. Então não foi preciso professor auxiliar porque ela estava em tudo. E ela dizia: “na minha aula não tem bullying”. Ela é uma professora maravilhosa. A professora me disse: “olha, para o ano que vem eu acho que ele vai precisar de um professor auxiliar porque vão ser muitas matérias, vai ser aquele entra e sai — diz.
Entretanto, segundo a mãe, o bullying ocorre e o filho tem dificuldades com a situação. O menino se sai bem academicamente, mas enfrenta desafios na socialização.
Veja a nota da prefeitura
“De acordo com análises das professoras de Educação Especial que atuam no AEE (Atendimento Educacional Especializado) , da equipe pedagógica e da direção da unidade educativa, [aluno] é um estudante que realiza com autonomia atividades de autocuidado, como higiene e alimentação, locomove-se com independência pelo espaço escolar, e utiliza linguagem oral para comunicação.
É um estudante participativo, expressa suas opiniões acerca de diversos assuntos, é criativo, comunicativo e questionador. O estudante possui um ótimo desenvolvimento cognitivo em todas as disciplinas, não apresenta dificuldades na aquisição dos conhecimentos relativos aos conceitos que lhe são apresentados, assimilando-os muito bem e realizando as atividades que são propostas com êxito.
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Os professores relatam que [aluno] não encontra barreiras na metodologia pedagógica utilizada e não precisa de adequações pedagógicas/acessibilidade nas atividades, pois consegue acompanhar o conteúdo que é proposto.
Assim sendo, não apresenta necessidade até o momento de Professor Auxiliar de Educação Especial”
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