O que era para ser a solução para um problema, acabou criando outro na Escola Estadual Henrique Stodieck, no Centro de Florianópolis. Desde o dia 9 de setembro, o portão está trancando com cadeados, e os 700 alunos e professores foram dispensados. Isso porque uma dedetização, realizada no dia 4 para acabar com os ratos que rondavam a escola deixou resíduos, e alguns professores e funcionários acabaram intoxicados.

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A professora de matemática Vanessa Fernandes conta que quando chegou para trabalhar após o feriado de 7 de setembro sentiu um cheiro forte em algumas salas, mas naquele dia somente duas turmas de Ensino Médio estavam fazendo reposição de aulas, então evitaram usar os locais e seguiram com os trabalhos:

?- Fui pra casa e por volta das 22h comecei a passar mal, com muitas náuseas e dificuldade para respirar, mas não me toquei que poderia ser daquilo. No outro dia de manhã quando fui trabalhar outros colegas comentaram que não estavam bem, e alunos também reclamaram. Resolvemos ir no Centro Toxicológico da UFSC e lá foi constatado que estávamos intoxicados com veneno – contou.

Segundo a professora, após tomar medicamentos ela se sentiu melhor, e a direção pediu que fosse realizada uma limpeza na escola. Na manhã desta terça-feira, a reportagem esteve no local, e somente um vigia estava do lado de fora.

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Retorno das aulas previsto para quinta-feira

Em entrevista à RBSTV, o secretário de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Gilson Botelho, informou que as Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal já foram contatadas e estão fazendo um trabalho em conjunto para que na quinta-feira os alunos e funcionários possam retornar às aulas com segurança.

Segundo ele, uma empresa terceirizada realiza a dedetização anual nas escolas da rede estadual, e não houve negligência, mas um problema pontual que está sendo resolvido. O calendário de reposição das aulas será definido entre a Gerência Regional de Educação e a direção da Henrique Stodieck.

Sindicato considera problema grave

O Sindicato dos Trabalhadores da Educação (SINTE) informou que irá fazer denúncia ao Ministério Público e Promotoria da Infância, pois após a divulgação do caso recebeu outras denúncias de situações parecidas em outras escolas.

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O Sinte afirmou que irá pedir a apuração de quais empresas estão realizando os serviços, além do calendário de desratizações para evitar o risco de mais intoxicações.

Como agir em casos de intoxicação

A professora do toxicologia da UFSC e do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina, Marlene Zannin, explica que na escola foi realizada uma dedetização com veneno autorizado, porém a falta de circulação de ar nas salas de aula pode ter causada a reação nos professores:

– O veneno fica no ar, e acredito que volatilizou, então quando as pessoas entraram no ambiente s intoxicaram pela inalação e absorção das partículas na pele. Cada pessoa tem uma sensibilidade para reagir, então muitas vezes alguém pode passar mal depois de uma dedetização mas não faz relação, pois são sintomas comuns, como dor de cabeça, náuseas, dor abdominal – explicou.

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Veja as dicas da especialista

– Deixar o ambiente ventilando no mínimo 24 horas;

– Evitar a circulação de pessoas; –

– Realizar uma limpeza no ambiente

– Verificar o controle da quantidade e concentração correta do veneno;

– Manter sempre os ambientes limpos e sem lixo, para evitar a proliferação de insetos.

Em caso de emergências e suspeitas de intoxicação, ligar no 0800 643 5252