Era em um pequeno espaço dividido entre uma casa e uma sala comercial que funcionava a escola de educação básica Januária Teixeira da Rocha em 1923, no bairro Mato Dentro, atual Campeche, em Florianópolis. Logo que surgiu, as ruas da Capital de Santa Catarina ainda não eram de asfalto, não tinham ônibus e nem luz, e estudavam ali menos de 15 alunos.
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Quem conta a história centenária da instituição é o filho de uma das primeiras professoras da unidade — Januária da Rocha — e que foi aluno na década de 1940. Valter João da Rocha, 78 anos, começou a estudar na escola quando uma nova estrutura já existia: um barracão de madeira e uma única mesa para todos os alunos.
— Era uma única sala para todas as séries, então a professora tinha que ensinar desde a alfabetização até os outros mais velhos na mesma hora, era uma mesa cumprida para todo mundo — relembra.
Agora, 100 anos depois, a estrutura que ganhou forma aos poucos, possuí cerca de 120 alunos do primeiro ao quinto ano, três salas e um pequeno pátio para as crianças. Nas paredes, o alfabeto é pendurado de cima abaixo enquanto os números tomam conta do espaço.
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De 1923 até 1940, a EEB Januária Teixeira Rocha não teve nome registrado e era chamada apenas pelo adjetivo de “escola”. Cerca de 20 anos após o início da instituição e com a entrega da nova estrutura de madeira (barracão), onde estudava Valter, surgiu o primeiro nome. Na época, a unidade foi chamada de “escola isolada” do Sul da Ilha de SC.
Após isso, em 1974, teve um novo registro: escola Reunida do Campeche, nome que permaneceu até os anos 2000, quando passou a ser chamada pelo o que homenageou uma das primeiras professoras, e mãe de Valter: Januária Teixeira da Rocha.
— É emocionante viver esse momento centenário aqui na escola, poucos vão viver isso. Nem as crianças que estão aqui vão conseguir comemorar algo assim, mas provavelmente vão poder contar para os filhos e netos — diz Denise Dias Nunes, uma das professoras da unidade.
— Escola de muito amor, somos muito família, conhecemos os alunos pelo nome. É gratificante e de uma alegria enorme estar aqui — complementa a diretora da escola, Jusci Lane Prates Vidal, que comanda a instituição há cerca de três anos.
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— Eu moro aqui na frente, venho aqui de vez em quando, pego um bolinho e converso com os alunos. Na hora da saída falo com eles também, cuido daqui. É muito legal isso, a gente fica feliz — conta o filho de Januária.
A escola que, nesta segunda-feira (10), completa seu primeiro centenário é dona da maior nota do IDEB em Florianópolis, conforme o que conta com orgulho a professora de artes, Julie Cristie Knabben.
— Resultado de tudo o que fizemos aqui todos os dias. É nossa a nota mais alta de Florianópolis nas escolas de educação pública, 7.1. Foi em 2015 e depois não alcançamos mais, aí teve pandemia, o que diminuiu essa nota, mas lutamos para voltar a isso, porque temos condições. Aqui é incrível — finaliza.
Veja como está a escola em seus 100 anos



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